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CMSP: Como uma plataforma criada para a pandemia tomou conta do ensino paulista?

Fonte: Wikinotícias
As 14 plataformas atualmente usadas no CMSP do Ensino Fundamental II

19 de agosto de 2024

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No início do ano de 2020, o mundo foi pego de surpresa pela pandemia do COVID-19, que forçou escolas ao redor do globo a se adaptarem rapidamente ao ensino remoto. Em São Paulo, o Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP) surgiu como uma resposta emergencial a essa nova realidade, oferecendo aulas remotas para os milhões de estudantes da rede estadual. No entanto, o que começou como uma solução temporária evoluiu para algo muito maior, se tornando a principal substituindo as tradicionais apostilas e livros didáticos.

Lançado em março de 2020, o CMSP foi criado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEDUC-SP) para garantir a continuidade do ensino em meio às incertezas da pandemia. Inicialmente, a plataforma foi projetada para transmitir aulas ao vivo e gravadas, além de oferecer suporte para atividades escolares.

No início, muitos professores e alunos tiveram dificuldades para se adaptar ao novo formato. A falta de familiaridade com a tecnologia, combinada com problemas de acesso à internet, tornou o processo de ensino-aprendizagem desafiador. Apesar disso, a CMSP mostrou-se uma ferramenta vital para manter os alunos engajados durante a pandemia, evitando um colapso completo no sistema educacional paulista.

Com o passar do tempo, o CMSP não só se consolidou como a principal plataforma de ensino remoto, mas também passou a integrar e englobar diversas outras ferramentas educacionais.

O quase fim das apostilas em 2023

A partir do terceiro bimestre de 2023, a mudança tornou-se mais evidente. As tradicionais apostilas do "Currículo em Ação", que há anos serviam como base para o ensino na rede estadual paulista, haviam sido temporariamente retiradas das escolas e substituídas por materiais 100% digitais. Esses novos recursos, frequentemente apresentados em slides de PowerPoint, foram recebidos com resistência por parte de professores e alunos, que relataram problemas com a qualidade do conteúdo e a falta de acesso pelos alunos.

Em outubro de 2023, as apostilas do "Currículo em Ação" voltaram a ser distribuídas em um volume exclusivo para o quarto bimestre, mas foi muito pouco utilizado, devido à adaptação da rede estadual em relação ao CMSP. No ano seguinte, o cenário se consolidou: o "Aprender Sempre" reapareceu como material complementar, entretanto o "Currículo em Ação" foi praticamente abandonado.

Em 2024, a educação paulista tornou-se quase totalmente dependente do CMSP, o que trouxe novos desafios. As plataformas adicionais, criadas para diversos propósitos, começaram a apresentar problemas técnicos e operacionais, dificultando o processo de ensino e aprendizado. Alunos e professores reclamam de falhas constantes, conteúdos mal integrados e uma carga excessiva de atividades distribuídas entre diferentes plataformas.

Alguns professores criticaram que o Centro de Mídias não leva em consideração os diversos problemas que podem impedir ou atrasar as aulas, como falta de luz, carregamento lento do sistema ou a simples falta de cooperação dos estudantes. Esse último, podendo fazer com que o profissional perca bastante tempo tentando manter a ordem dentro da classe.

Atualmente, em agosto de 2024, o CMSP já conta com 14 plataformas diferentes apenas para o Ensino Fundamental II, incluindo o Leia SP, a Prova Paulista, o Tarefa SP, e até plataformas adquiridas pela SEDUC-SP, como o SPeak (antigo Education First), o Matific e o MakeCode.

Além disso, a transição para o digital tem gerado discussões sobre a desigualdade em relação ao acesso digital à educação, uma vez que nem todos os estudantes possuem dispositivos adequados ou conexão à internet de qualidade.

As plataformas atualmente oferecidas pelo CMSP incluem:

  • Prova Paulista: Onde as Provas Paulistas de cada bimestre são publicadas e devem ser realizadas.
  • Redação Paulista: Para as aulas de Língua Portuguesa. Geralmente, é oferecido um tema de redação por mês.
  • Provas/Atividades: Onde é possível acessar todas as atividades, provas, avaliações e redações.
  • Sala de Aula Virtual: Não é mais uma plataforma tão usada quanto na época da pandemia da Covid-19. Basicamente, oferece aulas remotas.
  • Mural: Em desuso.
  • SPeak: O usuário é redirecionado para o website do Education First (EF), logado através da conta da Seduc-SP. A plataforma tem como objetivo oferecer um curso completo de inglês, com certificados oficiais.
  • Material Digital: Onde é possível acessar os materiais digitais em PDF.
  • Robótica/Microbit: O usuário é redirecionado para o website do Makecode, que tem como principal objetivo dar uma noção básica aos estudantes sobre programação.
  • Matific: Um jogo interativo com a finalidade de tornar o ensino da matemática mais dinâmico.
  • Leia SP: Para as aulas de Língua Portuguesa. É uma plataforma repleta de livros. Pede-se que o estudante leia um livro por bimestre, com acesso semanal.
  • REDASP: Onde é possível escrever as redações para a Olimpíada de Redação do estado de São Paulo.
  • Alura: Destinado para as aulas de Tecnologia e Inovação. Oferece dois cursos por bimestre, exigindo acesso semanal.
  • Tarefa SP: O usuário é redirecionado para a plataforma Provas/Atividades. Geralmente, é oferecida uma atividade por aula, com uma média de três a cinco questões de múltipla escolha, além de provas de Orientação de Estudos com cerca de 10 questões de assinalar. Ao assinalar uma alternativa, a resposta pode ser automaticamente verificada clicando no botão "Verificar" no canto inferior direito, informando se a opção está correta ou incorreta.
  • Prova de Recuperação: O usuário é redirecionado para a plataforma Provas/Atividades. É onde as avaliações de recuperação do final do semestre são publicadas.

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Esta notícia contém reportagem original de um Wikicolaborador.