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Lula diz que não aceita vitória de Maduro ou da oposição

Fonte: Wikinotícias
Nicolás Maduro e Lula em Brasília em maio de 2023: relações sempre haviam sido cordiais

30 de agosto de 2024

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse esta sexta-feira que não reconhece a vitória do presidente Nicolás Maduro ou de Edmundo González nas eleições presidenciais de 28 de julho, um dia depois de o Conselho Europeu ter acordado não reconhecer a “legitimidade”. de Maduro como presidente eleito.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que um mês depois não publicou os dados desagregados das eleições presidenciais, declarou Maduro vencedor para um terceiro mandato, mas a oposição, que publicou as actas conservadas pelas suas testemunhas de mesa, assegura que o a vitória foi para Edmundo González Urrutia com 67% dos votos.

"O que exigimos? A Venezuela tinha um colégio eleitoral, era o Colégio Eleitoral Nacional, era a Comissão Nacional Eleitoral, na qual havia três pessoas do governo e duas da oposição. Foi este colégio que teve que dar o seu opinião sobre a ata”, disse Lula em entrevista à rádio.

“Acontece que o presidente Maduro não deu ouvidos a esta faculdade, foi diretamente ao Supremo Tribunal. Não estou questionando o Supremo, só acho que, com razão, deveria passar pelo colégio eleitoral que foi criado para esse fim. Portanto, não aceito nem a vitória dele nem a da oposição. Acho que tem alguma coisa na oposição, dizem que venceram, mas não têm provas. É por isso que exigimos provas. “Obviamente que têm o direito de não gostar disto, porque eu disse que era importante que fossem convocadas novas eleições”, continuou.

Brasil e Colômbia, países considerados aliados de Maduro, têm realizado esforços diplomáticos, até agora sem sucesso, para desbloquear a crise política venezuelana.

Tanto o governo como a oposição descartaram a realização de novas eleições e Maduro disse que os conflitos no país são resolvidos “entre os venezuelanos” e que não pratica a “diplomacia do microfone”.

González Urrutia, embaixador reformado, de 75 anos, foi convocado pela terceira vez pelo Ministério Público (MP) para responder, esta sexta-feira, pela publicação da acta das eleições presidenciais num site, que as autoridades consideram como “usurpação de funções”. A última intimação do Ministério Público alertou que caso ele não compareça será expedido mandado de prisão.

O candidato presidencial não compareceu à convocatória, argumentando que não tem garantias e que o procurador-geral “tem repetidamente se comportado como um acusador político” e que “condena antecipadamente”.

María Corina Machado, vencedora das primárias presidenciais da oposição, mas inabilitada para ocupar cargos públicos, anunciou que González Urrutia, que como ela está abrigada, também não compareceria esta sexta-feira e pediu para estar alerta para uma possível rusga à sua casa.