Aumenta taxa de mastectomias sem necessidade

Fonte: Wikinotícias

Estados Unidos • 22 de maio de 2014

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Um estudo americano publicado na revista JAMA Surgery concluiu que a maioria das mulheres que retiram os dois seios preventivamente não possuem indicações clínicas para esse procedimento. A cirurgia é indicada apenas para mulheres com alto risco genético de câncer de mama, mas 68,9% das mulheres que fazem a mastectomia preventiva estão fora dessa faixa de risco.

A mastectomia profilática contralateral é o procedimento cirúrgico para a mama não afetada pelo câncer e a dupla mastectomia é o procedimento para os casos de câncer já diagnosticado nas duas mamas. O estudo avaliou 1.447 mulheres americanas diagnosticadas com câncer de mama, com idade média de 59 anos. Do total, 7,9% optaram pela retirada das duas mamas. Dentro desse grupo, 68,9% não tinham histórico familiar de câncer nem tiveram um exame genético positivo para a presença da mutação que determina um maior risco.

A maioria das mulheres adota a cirurgia radical mesmo sem testes genéticos, devido ao medo da reincidência do câncer. O mesmo medo leva à retirada da mama não afetada, o que não se justifica clinicamente porque isso não reduz o risco de reincidência na mama afetada. O aumento da taxa de cirurgias nos anos recentes se deve também à perda de estética (simetria) quando se retira apenas uma mama. Outro fator apontado foi a decisão da atriz Angelina Jolie, que resolveu passar por uma mastectomia total profilática por apresentar os genes de alto risco (BRCA1 e BRCA2).

Entre os efeitos adversos da cirurgia na mama saudável, estão a infecção e a necrose. Existe também o risco de precisar retirar a prótese, caso haja complicações. É ainda possível que haja a perda de sensibilidade da mama, o que pode afetar a sexualidade. Segundo o artigo, “A taxa crescente da mastectomia profilática contralateral motivou alguns cirurgiões a questionar se realizar uma operação extensa que não é clinicamente indicada é justificável para reduzir o medo da reincidência da doença”. Entretanto, eles respeitam a decisão da paciente.

Fontes