Papa emérito Bento XVI morre aos 95 anos

Fonte: Wikinotícias

Agência VOA

31 de dezembro de 2022

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Bento XVI

O papa emérito Bento XVI, que liderou a Igreja Católica por quase oito anos antes de se tornar o primeiro pontífice a renunciar em 600 anos, morreu neste sábado (31) aos 95 anos de idade. A morte de Bento XVI foi precedida por um pedido do Papa Francisco por orações por seu antecessor, com o Vaticano anunciando que a saúde do sumo pontífice piorou devido à "idade avançada". Quando consternou o mundo ao anunciar sua renúncia em 2013, Bento XVI disse que não tinha mais a força física e mental para continuar atuando como papa. Ele raramente aparecia em público desde seu afastamento, dedicando seus últimos anos à oração e meditação em sua residência em um convento no Vaticano. Em 2018, em carta escrita ao jornal italiano Corriere della Sera, Bento descreveu "o lento esvair de suas forças físicas", dizendo que estava em "peregrinação de volta ao lar".

Anos iniciais[editar | editar código-fonte]

Nascido Joseph Ratzinger, em 1927, na cidade de Marktl am Inn na Alemanha. Ele passou sua juventude no sudeste da Alemanha, próximo à fronteira com a Áustria. Entrou no seminário um ano antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial e foi recrutado pelo exército alemão, onde serviu num batalhão de defesa antiaérea e desertou pouco antes do fim da guerra. Retornou aos estudos teológicos e em 1951 foi ordenado sacerdote. Depois de anos ensinando e servindo como conselheiro do Concílio Vaticano II, em 1977, o Papa Paulo VI nomeou Ratzinger arcebispo de Munique e Freising e mais tarde fez dele um cardeal. Ratzinger passou mais de 20 anos servindo como prefeito da poderosa Congregação para a Doutrina da Fé, e era amigo íntimo e conselheiro do Papa João Paulo II. Ele presidiu a missa fúnebre de João Paulo II em abril de 2005 e, no mesmo mês, foi eleito o 265º pontífice.

Pontificado[editar | editar código-fonte]

O período de Bento XVI como papa incluiu as consequências de escândalos de abuso sexual infantil envolvendo o clero que surgiram durante o papado de João Paulo II. Sua resposta incluiu a expulsão de padres e pedidos de desculpas e reuniões com as vítimas. Um relatório de janeiro de 2022 o acusou de não ter agido em quatro casos durante seu mandato como arcebispo de Munique. Em uma carta divulgada pelo Vaticano, Bento XVI reconheceu o que chamou de “erros” ao lidar com as acusações de abuso sexual e disse que só poderia “expressar a todas as vítimas de abuso sexual minha profunda vergonha, minha profunda tristeza e meu sincero pedido de perdão. ” Em 2006, Bento XVI provocou protestos do mundo muçulmano após um discurso em Regensburg, na Alemanha, no qual citou um imperador bizantino declarando o que, para alguns muçulmanos, era visto como um ataque ao Islã. Em 2013, seu mordomo foi condenado por pegar documentos sensíveis e confidenciais dos aposentos papais e vazá-los para jornalistas.

Na época da aposentadoria de Bento XVI, Brennan Pursell, um dos biógrafos do papa, disse à VOA que ele será lembrado, antes de mais nada, como professor.

“Seu legado como papa sobreviverá em seus escritos, acima de tudo, e em sua catequese, suas encíclicas, seus vários documentos”, disse ele. “E para as pessoas que apenas leem o que está online, elas podem ter uma noção da incrível extensão da contribuição desse homem para o ensino da igreja”.

O reverendo Thomas Reece, da Universidade de Georgetown, disse que Bento “tinha ideias muito fortes sobre a doutrina da igreja, a ortodoxia e as tradições da igreja. Ele não tinha medo de perseguir padres, religiosos e teólogos que discordavam dele – basicamente tentar silenciá-los”.

Fontes[editar | editar código-fonte]