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Vinicius Gritzbach, delator do PCC, recusou proteção à testemunha para “manter estilo de vida”

Fonte: Wikinotícias

11 de novembro de 2024

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O delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, que foi morto a tiros no aeroporto de Guarulhos na sexta-feira (8), recusou-se a entrar no programa de proteção a vítimas e testemunhas. A informação foi confirmada pelo promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do MPSP (Ministério Público de São Paulo).

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado em emboscada no aeroporto de Guarulhos
… “O Ministério Público ofereceu a todo momento a inserção do Vinicius no programa de proteção de réu colaborador […] Ele dizia que [o programa de proteção à testemunha] não se enquadrava no seu estilo de vida, no que se propunha para este programa de colaboração, que era de romper todos os laços da sua vida, inclusive de envolvimento com o crime […] Ele precisa ter o comprometimento de não ter ligação com a sua vida anterior. Terá novo nome, novo endereço, mudará de estado […] Ele se recusou por várias vezes ingressar no programa. O que ele queria era uma espécie de escolta policial, não há nenhuma previsão legal para isso” …

— explicou Lincoln Gakiya em entrevista à GloboNews, nesta segunda-feira (11).

Gritzbach afirmou ao MP que podia pagar pela própria segurança e recusou, por diversas vezes, adesão ao Provita (Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas).

O advogado e empresário fechou acordo de delação premiada com o MPSP, homologado pela Justiça em abril. As negociações já duravam dois anos e, anteriormente, ele havia prestado seis depoimentos. Na delação, Gritzbach deu declarações sobre envolvimento do PCC com o futebol e o mercado imobiliário. O empresário também forneceu informações sobre policiais corruptos, bandidos e os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django.

Ele havia sido descrito pelo MPSP como “um arquivo vivo” contra o PCC. Gakiya explicou que a delação do empresário foi aceita pela relação próxima que ele mantinha com a facção criminosa. Gritzbach enriqueceu por lavar dinheiro para a facção, ação na qual ele era réu confesso, “Ele ajudou a lavar dinheiro para criminosos do PCC, na área de construção civil, onde ele era corretor e enriqueceu, oferecendo nomes de laranjas para que esses imóveis fossem colocados em nome de terceiros”.

Empresário faria uma segunda delação em que implicaria agentes da Polícia Civil de São Paulo. Os policiais supostamente tinham relação com o PCC, conforme a promotoria.