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Venezuela com problemas na compra e manutenção de caças

Fonte: Wikinotícias
Nota: Atualizado em 9 de setembro de 2006 por Slade. Atualização de links internos. Para maiores informações veja o histórico.

19 de janeiro de 2006

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A Venezuela tem tido recentemente, graves problemas políticos para modernizar e comprar novas aeronaves para sua Força Aérea, sendo o principal problema a oposição por parte dos Estados Unidos da América á venda de aeronaves com tecnologia proveniente desse país à Venezuela.

Os Estados Unidos têm recusado cumprir o acordo para o fornecimento de peças para os F-16 venezuelanos.

Domínio dos céus
A Venezuela tem ao serviço da sua força aérea 22 caças a jacto F-16A/B Block 15, que comprou aos Estados Unidos, na década de 80 durante o mandato de Luis Herrera Campins. Estes caças, já antigos, precisam urgentemente de novas peças e de uma consequente modernização Mid-Life Update (MLU), sem a qual, as mesmas correm o sério risco de se tornarem inoperacionais. De facto, mais de metade destes caças já foram desactivados, devido à falta de novas peças para manutenção. É sobre esta modernização que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, acusa Washington de não cumprir os acordos estabelecidos aquando a compra dos aparelhos.

Hugo Chávez tem também acusado o governo norte-americano de pressionar a empresa brasileira EMBRAER de modo a que esta não venda a sua aeronave ligeira de ataque ao solo ALX/Super Tucano à Venezuela por estas incluírem, tecnologia de ponta norte-americana na parte electrónica das suas turbo-hélices.

No passado dia 12 de janeiro, através do seu embaixador em Madrid, o governo dos Estados Unidos informou, numa reunião com o ministro espanhol dos negócios estrangeiros que negou o pedido de venda de tecnologia norte-americana incluída no avião de fabrico europeu C-295 da CASA-EADS. A decisão do governo norte-americano, deve-se ao facto de os equipamentos poderem após a sua montagem, vir a ser vendidos pela Espanha, à Venezuela, através de um acordo estabelecido entre os dois países em abril de 2005.

Face à forte oposição por parte dos Estados Unidos e à deterioração das relações militares entre os dois países, quer para a compra de novas peças para os actuais caças venezuelanos, quer para a compra de novos caças, o governo da Venezuela tem-se virado para aeronaves de fabrico russo, podendo optar, no caso dos caças, pela família MiG; e no caso dos aviões de transporte C-295, pelo Antonov AN-24.

MiG-29 para a Venezuela

O MiG-29 Soviético, na sua versão SMT, poderá ser já uma opção.

Segundo a agência de notícias UPI, a Venezuela planeia comprar 50 caças MiG-29. Num documento, ao qual a UPI teve acesso, assinado pelo Comandante da Força Aérea Venezuelana, Major-General Regulo Anselini Espin, a Força Aérea Venezuelana pedia um grande número de caças a jacto da «versão mais recente» do MiG-29 SMT. «O total das aeronaves a fornecer deveria ser 40 aviões de um lugar e 10 aviões de dois lugares.»

Quando questionados oficialmente por diplomatas europeus, sobre a necessidade de adquirirem os caças MiG, os generais Venezuelanos afirmaram que precisavam dos mesmos para proteger o Canal do Panamá.

Dez dos aviões deverão ser entregues 18 meses após assinado o contrato para a compra das aeronaves. O mesmo contrato envolve também a criação na Venezuela de um centro de manutenção de MiG-29 que, segundo oficiais da Força Aérea Venezuelana, deverá servir para a montagem de futuros aviões em solo venezuelano, tal como para a sua manutenção a longo prazo.

Há já muito tempo, a Venezuela tinha demonstrado o seu interesse nos MiG-29 russos para substituir os seus caças F-16.
«Já enviei uma comissão a Moscovo. (...) Se tivermos de substituir os F-16 por uma frota moderna dos MiG, assim faremos (...). A China também fabrica aviões (...) e nada nos deterá em nosso empenho de ter uma Força Armada moderna», afirmou Hugo Chávez durante um discurso em Caracas.

Um Mi-17 em voo

No passado dia 11 de janeiro, quando questionado sobre a possível venda, o ministro da defesa russo declarou que de momento não estava a ser negociada a venda de caças russos à Venezuela, e assegurou ainda que a venda de caças MiG-29 não estava a ser considerada. Entretanto, oficiais da Força Aérea Venezuelana confirmaram que pilotos seus têm sido enviados para instrução em Cuba que possui 6 aviões MiG-29. Cuba tem oferecido à Venezuela, apoio militar diverso, em troca de petróleo.

A Venezuela começou a receber no dia 30 de dezembro de 2005, os primeiros helicópteros russos de um contrato para a compra de nove Mi-17 e de um Mi-26.

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Fontes