Na França, renuncia o ministro da Economia, Emmanuel Macron
30 de agosto de 2016
Na França, o ministro da Economia, Emmanuel Macron, se demitiu na terça-feira. De acordo com o Eliseu (Elysée, a sede do Palácio Presidencial francês) o pedido de demissão visa para “consagrar-se plenamente a seu movimento político” En Marche ! (“Em Marcha!”, em francês, as mesmas iniciais o ex-ministro). Macron não tem desmentido os rumores de sua candidatura às eleições presidenciais de 2017, no entanto, de lançar-se às presidenciais seria o político de esquerda mais aceito pelos franceses, segundo a sondagem.
Seu pedido de renúncia como ministro aconteceu às 15 horas (hora local, 14hs de Lisboa e 10hs de Brasília) após uma reunião improvisada com o presidente francês François Hollande, mesmo não sendo anunciado pela agenda do Elysée, já que anunciou que iria apresentar sua renúncia à hora prevista.
Emmanuel Macron foi se encontrar com François Hollande a bordo de um barco de transporte fluvial de Bercy para o Eliseu e de Eliseu para Bercy onde ingressou depois de apresentar a sua demissão. O futuro ministro da Economia poderia ser Michel Sapin, o atual ministro das Finanças, ou uma pessoa menos conhecida, Matthias Fekl, o atual secretário de Estado do Comércio Exterior, da Promoção do Turismo e Francês do exterior pela I-Télé.
No entanto, às 17 horas (hora local, 16hs de Lisboa e 12hs de Brasília) o substituto do Emmanuel Macron foi designado: se trata de Michel Sapin, que se tornará o Ministro da Economia, enquanto mantém o cargo do Ministério das Finanças. Com a indicação de Sapin ao novo ministério, o cargo em que ele ocupava, o ministro das Finanças, foi extinto junto com o da Economia, passando ser único ministério, agora como Ministério da Economia e Finanças.
Na mesma hora do anúncio do novo ministro, o Eliseu também anunciou outra mudança de nome nos ministérios: a saída de George Pau-Langevin, a ex-ministra do Ultramar, por razões pessoais. Pau-Langevin será substituída por outra nova ministra Ericka Bareigts.
Reações
Muitas personalidades políticas se expressavam de forma séria e irônica a apresentação da renúncia de Macron ao agora ex-ministro da Economia. De acordo com algumas figuras, seria uma farsa e que o ministro não teria qualquer incentivo para se demitir.
De acordo com Ismaël Emelien, um dos conselheiros do ministro, « s'il met ce projet à exécution dans la perspective de conquérir l'Elysée » (“ele se coloca esta execução do projeto com vista a conquista do Eliseu”).
Um eleito socialista de Haute-Garonne achou que sua renúncia seria um equívoco no momento, « Emmanuel Macron a davantage le nez dans les dossiers, EDF ou Alstom notamment, que dans les cartons » (“Emmanuel Macron tem mais nariz nos dossiês, EDF e Alstom em particular, que nos cartões”).
Histórico
Emmanuel Macron havia chegado o Ministério da Economia e Finanças em 2014, após uma reorganização ministerial. Propôs a lei que leva seu nome, a “Lei de Macron”, que ditava a extensão do trabalho no domingo, a flexibilização nas demissões e uma lei para criar rotas nacionais de autocarro (ou ôbibus), que criaram 1.500 empregos. No entanto, gerou-se uma grande polêmica ao ser aprovada recorrendo ao artigo 49-3 da Constituição, “que permite obter a adoção do texto sem o voto dos deputados”.
Macron se destaca da visão política do presidente e do primeiro-ministro desde seu anúncio da criação de seu próprio movimento, chamado En Marche !. Cerca de 3.000 dos seus apoiantes se reuniram em Paris durante o encontro em 12 de julho.
Recentemente, algumas semanas atrás, o então ministro havia declarado não ser socialista e deseja conduzir uma política mais liberal. Em 19 de agosto, Emmanuel Macron tinha especificado que « L'honnêteté m'oblige à vous dire que je ne suis pas socialiste » (“a honestidade me obriga a lhes dizer que eu não sou socialista”) e que era irrelevante ser ou não a esquerda, como ele agiria no interesse público. Esta saída já tinha mostrado um distanciamento com a política oficial do governo Valls.
Fontes
- ((es)) Gabriela Cañas. Dimite Emmanuel Macron, el ministro estrella de François Hollande — El País, 31 de agosto de 2016
- ((fr)) Emmanuel Macron quitte son poste de ministre de l'Economie, remplacé par Michel Sapin — RT, 30 agosto de 2016
- ((fr)) Emmanuel Macron démissionne pour « entamer une nouvelle étape de son combat » — Le Monde, 30 de agosto de 2016
- ((fr)) Cédric Pietralunga. Emmanuel Macron devrait annoncer sa démission — Le Monde, 30 de agosto de 2016
- ((fr)) Lionel Laparade. Macron va-t-il démissionner aujourd'hui ? — La Dépêche, 30 de agosto de 2016
- ((fr)) Ce que contient (désormais) la loi Macron — Le Monde, 6 de agosto de 2015
- ((es)) Gobierno francés impone la reforma laboral — Excélsior, 6 de julho de 2016
Esta notícia é uma tradução completa ou parcial de "Renunció Emmanuel Macron, ministro de Economía francés", proveniente de Wikinotícias em Espanhol em sua versão de 7 de Setembro de 2016. |
Esta notícia é uma tradução completa ou parcial de "France : démission d'Emmanuel Macron attendue", proveniente de Wikinotícias em Francês em sua versão de 2 de Setembro de 2016. |
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