Na França, renuncia o ministro da Economia, Emmanuel Macron

Fonte: Wikinotícias
Emmanuel Macron em 28 de abril de 2015.
Imagem: Claude TRUONG-NGOC.

30 de agosto de 2016

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Na França, o ministro da Economia, Emmanuel Macron, se demitiu na terça-feira. De acordo com o Eliseu (Elysée, a sede do Palácio Presidencial francês) o pedido de demissão visa para “consagrar-se plenamente a seu movimento político” En Marche ! (“Em Marcha!”, em francês, as mesmas iniciais o ex-ministro). Macron não tem desmentido os rumores de sua candidatura às eleições presidenciais de 2017, no entanto, de lançar-se às presidenciais seria o político de esquerda mais aceito pelos franceses, segundo a sondagem.

Seu pedido de renúncia como ministro aconteceu às 15 horas (hora local, 14hs de Lisboa e 10hs de Brasília) após uma reunião improvisada com o presidente francês François Hollande, mesmo não sendo anunciado pela agenda do Elysée, já que anunciou que iria apresentar sua renúncia à hora prevista.

Emmanuel Macron foi se encontrar com François Hollande a bordo de um barco de transporte fluvial de Bercy para o Eliseu e de Eliseu para Bercy onde ingressou depois de apresentar a sua demissão. O futuro ministro da Economia poderia ser Michel Sapin, o atual ministro das Finanças, ou uma pessoa menos conhecida, Matthias Fekl, o atual secretário de Estado do Comércio Exterior, da Promoção do Turismo e Francês do exterior pela I-Télé.

No entanto, às 17 horas (hora local, 16hs de Lisboa e 12hs de Brasília) o substituto do Emmanuel Macron foi designado: se trata de Michel Sapin, que se tornará o Ministro da Economia, enquanto mantém o cargo do Ministério das Finanças. Com a indicação de Sapin ao novo ministério, o cargo em que ele ocupava, o ministro das Finanças, foi extinto junto com o da Economia, passando ser único ministério, agora como Ministério da Economia e Finanças.

Na mesma hora do anúncio do novo ministro, o Eliseu também anunciou outra mudança de nome nos ministérios: a saída de George Pau-Langevin, a ex-ministra do Ultramar, por razões pessoais. Pau-Langevin será substituída por outra nova ministra Ericka Bareigts.

Reações

Muitas personalidades políticas se expressavam de forma séria e irônica a apresentação da renúncia de Macron ao agora ex-ministro da Economia. De acordo com algumas figuras, seria uma farsa e que o ministro não teria qualquer incentivo para se demitir.

De acordo com Ismaël Emelien, um dos conselheiros do ministro, « s'il met ce projet à exécution dans la perspective de conquérir l'Elysée » (“ele se coloca esta execução do projeto com vista a conquista do Eliseu”).

Um eleito socialista de Haute-Garonne achou que sua renúncia seria um equívoco no momento, « Emmanuel Macron a davantage le nez dans les dossiers, EDF ou Alstom notamment, que dans les cartons » (“Emmanuel Macron tem mais nariz nos dossiês, EDF e Alstom em particular, que nos cartões”).

Histórico

Emmanuel Macron havia chegado o Ministério da Economia e Finanças em 2014, após uma reorganização ministerial. Propôs a lei que leva seu nome, a “Lei de Macron”, que ditava a extensão do trabalho no domingo, a flexibilização nas demissões e uma lei para criar rotas nacionais de autocarro (ou ôbibus), que criaram 1.500 empregos. No entanto, gerou-se uma grande polêmica ao ser aprovada recorrendo ao artigo 49-3 da Constituição, “que permite obter a adoção do texto sem o voto dos deputados”.

Macron se destaca da visão política do presidente e do primeiro-ministro desde seu anúncio da criação de seu próprio movimento, chamado En Marche !. Cerca de 3.000 dos seus apoiantes se reuniram em Paris durante o encontro em 12 de julho.

Recentemente, algumas semanas atrás, o então ministro havia declarado não ser socialista e deseja conduzir uma política mais liberal. Em 19 de agosto, Emmanuel Macron tinha especificado que « L'honnêteté m'oblige à vous dire que je ne suis pas socialiste » (“a honestidade me obriga a lhes dizer que eu não sou socialista”) e que era irrelevante ser ou não a esquerda, como ele agiria no interesse público. Esta saída já tinha mostrado um distanciamento com a política oficial do governo Valls.

Fontes