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Iceberg de 5,8 mil quilômetros quadrados se desprende da Antártida

Fonte: Wikinotícias
Cientistas do IceBridge da NASA fotografaram em missão, uma visão oblíqua na fenda maciça da Plataforma de Gelo da Larsen C na Península Antártica, em 10 de novembro de 2016.

Agência Brasil

Agência VOA

13 de julho de 2017

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Um iceberg (bloco de gelo flutuante) de 190 (cento e noventa) metros de espessura com 5.800 (cinco mil e oitocentos) quilômetros quadrados e que pesa cerca de 1.000.000.000 (um trilhão ou mil bilhões) de toneladas, se desprendeu totalmente do continente Antártico do segmento Larsen C, entre os dias 10 e 12 de julho, o que é considerado um dos icebergs maiores que têm existido. Essa informação foi divulgada ontem (12), em um comunicado feito pelos cientistas que são especialistas no Projeto Midas, da Universidade Swansea, no País de Gales (parte do Reino Unido), que vigiam a sua evolução.

O iceberg, que deve ser denominado A68, tem área maior do que a ilha indonésia de Bali (ou 3,8 vezes a cidade de São Paulo), ilha que tem uma população de mais de 4 milhões de pessoas (ou a maior cidade brasileira que tem 12 milhões de habitantes), o que representa 12% da massa total do Larsen C, que já se separavam da Antártida há meses, mas tem acontecido há várias décadas, ao se afastarem após desprenderem. O local onde o iceberg se desprendeu é bem monitorado pelos pesquisadores.

Os especialistas do Projeto Midas da Universidade de Swansea já haviam alertado há um ano atrás, a rachadura na plataforma de gelo que se fornou, mas que em janeiro último, se desprenderia em breve este enorme fragmento de gelo, em um processo que acelerou rapidamente do que o previsto. Portanto, para os especialistas do projeto na universidade, é importante ser controlado o curso do iceberg, que a ciência não sabe a certeza em que direção do bloco de gelo vai tomar, mas de todas maneiras já vem tomando previsões a respeito.

Os cientistas dizem que não há impacto imediato no nível global do mar, mas estão preocupados com o enorme iceberg, por causa do risco para os navios na área ou a destruição da fauna do local, onde pode chegar a impactar. Isto supõe um grave problema para o ambiente marinho na área com a que provavelmente colidirá: O iceberg reduziria a temperatura da água e mudaria as correntes. O impacto ambiental seria muito grave e pode chegar a alterar os ciclos alimentares dos animais que habitam naquele lugar.

A principal transformação que sofrerá o bloco de gelo não será a redução de tamanho por derretimento e nem o nível do mar não vai subir imediatamente, pois enquanto se mantém como única peça ou várias (porém grandes) é menos perigoso, já que pode ser visto à distância. Mas quando começa gradualmente a se fragmentar em icebergues de menor tamanho (a mais provável), a situação piora, porque diretamente a superfície é difícil estimar quanto gelo tem submegido sob a água ou até chegar a tocar terra firme, quando os blocos continuaram à deriva para o norte.

Se isso acontecer, há um risco ao longo do tempo pode ocorrer antes da deriva, pois o extremo sul do Atlântico está fora de grandes rotas de comércio marítimo, mas a Antártida é um destino popular para navios de cruzeiro, a maioria viajando da América do Sul. A partida do iceberg, quando os bergs se separam de uma camada de gelo maior, é um processo natural que ocorre com muito mais frequência, mas um pedaço tão grande como essa separação, é raro. Não está claro se há uma conexão com a mudança climática (ex-aquecimento global), embora isso tenha acelerado a essa tendência.

As plataformas de gelo flutuantes estão localizadas na costa noroeste da Antártica. A plataforma de gelo de Larsen C ainda está ligada à terra, mas já está em grande parte dessa costa. É umas das séries de três formações conectadas que surgiram do continente antártico ao longo de dezenas de milhares de anos. A Plataforma de Gelo Larsen A, o mais setentrional e menor dos três segmentos, ficou livre do continente em 1995. Larsen B, um pouco maior com cerca de 3.200 quilômetros quadrados, com uma espessura média de gelo de 220 metros, desintegrou-se no mar em 2002.

Fontes