Estado Islâmico divulga um vídeo mostrando a decapitação de outro jornalista

Fonte: Wikinotícias

Agência VOA

2 de setembro de 2014

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Os ativistas do grupo terrorista Estado Islâmico (EI, ex-Estado Islâmico do Iraque e do Levante, EIIL) divulgaram um vídeo na internet que mostra o que seria a decapitação de Steven Sotloff, o jornalista norte-americano que permanece sequestrado e foi mostrado no vídeo anterior. É o segundo jornalista americano a ser executado pelos jihadistas do EI em duas semanas.

Steven Sotloff, de 31 anos de idade, aparece em vídeo ajoelhado e de uniforme laranja, ao lado de um homem mascarado armado com uma faca, em padrão semelhante à execução do jornalista americano James Foley.

O homem mascarado alertou governos para que se afastem dessa "malévola aliança com a América contra o Estado Islâmico" e ameaça outro refém, desta vez britânico, identificado como David Haines: "Estou de volta, Obama, e estou de volta por causa de sua arrogante política externa em relação ao Estado Islâmico".

Na filmagem o jornalista declara antes de ser executado:

Eu tenho certeza que vocês sabem exatamente quem eu sou agora neste momento e por que eu estou aparecendo.

"Obama sua política estrangeira de intervenção no Iraque estava suposta a defender e preservar a vida e os interesses dos estado-unidenses, então por isso que estou pagando o preço por sua interferência com a minha vida."

Após esta declaração, o carrasco encapuzado proclama outra ameaça ao povo norte-americano, que promete seguir com as execuções se não cessam os ataques de mísseis e também ameaçou executar um refém de nacionalidade britânica.

O jornalista Steven Stoloff de 31 anos de idade foi sequestrado em 4 de agosto do ano passado, perto da cidade de Aleppo, cruzando a fronteira com a Turquia. Desde então, Sotloff estava desaparecido e era especialista em Oriente Médio e cobria há vários anos o mundo árabe-muçulmano.

Reações

Horas após divulgação do vídeo na internet, diversas personalidades reagiram com repúdio o vídeo da decapitação.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou sua indignação com decapitação de Steven Sotloff: "Estamos todos indignados com as informações procedentes do Iraque sobre os terríveis assassinatos de civis pelo Estado Islâmico, incluindo a decapitação terrível de outro jornalista. Condeno com firmeza todos os crimes desta natureza e me nego a aceitar que comunidades inteiras possam estar ameaçadas por atos tão atrozes". Ban Ki-moon pediu às comunidades religiosas que repudiem a violência e a intolerância no Iraque.

O porta-voz do Governo dos Estados Unidos, Josh Earnest, disse a repórteres que se o vídeo existir, ele será analisado com muito cuidado, para determinar sua veracidade, acrescentando que os pensamentos e orações da administração Obama estão com a família de Sotloff.

Segundo comunicado oficial divulgado pelo porta-voz da família, Barak Barfi, os parentes de Steven sabem da existência do vídeo e estão "de luto", mas pedem respeito à privacidade e dizem que não farão comentários públicos "neste momento difícil". A mãe de Sotloff, Shirley, fez apelo em 27 de agosto em mensagem gravada em vídeo ao auto-proclamado califa do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, pedindo pela libertação do filho.

Em comunicado divulgado pela presidência da França, o presidente François Hollande se diz "horrorizado" pela execução e afirma que "esse ato bárbaro, após o assassinato do outro jornalista, James Foley, revela a natureza repugnante" do Estado Islâmico.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse que a informação sobre a aparente nova decapitação é absolutamente repugnante. "Acabo de ver a notícia", limitou-se a acrescentar o primeiro-ministro, sem comentar o fato de o refém ameaçado ser um britânico.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) divulgou nota que que está "horrorizada" com execução do segundo jornalista em menos de duas semanas.

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Fontes