COVID-19: presidente Bolsonaro tem novo atrito com governadores

Fonte: Wikinotícias

13 de junho de 2020

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Jair Bolsonaro em abril de 2019

Depois do recente atrito com governadores e secretários da Saúde ao proibir a exibição dos dados gerais da pandemia de COVID-19 no Brasil para tentar melhorar a imagem do país, o presidente Jair Bolsonaro se viu envolvido em outra polêmica ontem, após ter dito na quinta-feira à noite que as pessoas deveriam ir até os hospitais para filmar se os leitos destinados aos pacientes de COVID estão vazios ou não. "Seria bom você fazer na ponta da linha. Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda.", disse durante uma live que faz todas as quintas a noite nas redes sociais, na qual apareceu sem máscara e tossindo ao lado de duas pessoas - duas ações completamente opostas às recomendadas como medidas protetivas contra o novo coronavírus.

A fala do presidente, como já havia acontecido com a proibição da exibição dos dados, causou novas críticas por parte das autoridades e da imprensa. O CONASS (Conselho Nacional dos Secretários da Saúde) voltou a usar seu website e suas redes sociais para mostrar oficialmente seu repúdio e divulgou ontem uma "Carta dos Governadores do Nordeste". "Desde o início da pandemia, os Governadores do Nordeste têm buscado atuação coordenada com o Governo Federal, tanto que, na época, solicitamos reunião com o Presidente da República, Jair Bolsonaro, que foi realizada no dia 23/03/2020, com escassos resultados. O Governo Federal adotou o negacionismo como prática permanente, e tem insistido em não reconhecer a grave crise sanitária enfrentada pelo Brasil, mesmo diante dos trágicos números registrados, que colocam o país como o segundo do mundo, com mais de 800 mil casos. No último episódio, que choca a todos, o presidente da República usa as redes sociais para incentivar as pessoas a INVADIREM HOSPITAIS, indo de encontro a todos os protocolos médicos, desrespeitando profissionais e colocando a vida das pessoas em risco, principalmente aquelas que estão internadas nessas unidades de saúde", diz parte da carta.

Já o Conselho Nacional da Saúde também emitiu uma nota, intitulada "CNS repudia declarações do presidente que ofendem profissionais de Saúde e incitam ódio". "Jair Bolsonaro, mais uma vez se supera vociferando ódio em declaração feita na última quinta (11/06), quando insuflou a população a invadir hospitais e serviços de saúde para fotografar e filmar os atendimentos de profissionais, acusando-os de estarem negligenciando o cuidado para salvar as vidas dos pacientes. Segundo ele, há suposto “ganho político em cima das mortes” a partir da culpabilização do governo federal. Por isso, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) mais uma vez repudia este tipo de fala que só prejudica ainda mais o contexto de crise na saúde pública. O presidente também afirmou, de forma irresponsável, que os leitos não estão sendo ocupados e os gastos não são compatíveis, ameaçando profissionais inclusive com o uso da Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin), desnudando ainda mais a face autoritária do seu governo", lê-se em parte da nota.

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