Bispo inglês que questionou a existência do Holocausto chega no Reino Unido
25 de fevereiro de 2009
Londres, Inglaterra, Reino Unido — O bispo britânico ultra-conservador Richard Williamson, que provocou polêmica internacional no mês passado ao dar entrevista a TV sueca, ao minimizar as atrocidades do regime nazista de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) contra judeus europeus e ter pedido provas do Holocastro, desembarcou na manhã de hoje no aeroporto londrino de Heathrow, procedente de Buenos Aitres, Argentina, onde as autoridades o obrigaram a abandonar o país.
O bispo negacionista (aqueles que negam a existência do Holocastro) Williamson passou pelo portão de desembarque do aeroporto, onde era aguardado por uma multidão de fotógrafos.
Vestido com batina, sorridente e aparentemente tranquilo, foi escoltado pela polícia até a saída do aeroporto e não fez declarações.
O ministro do Interior argentino, Florencio Randazzo, anunciou na quinta-feira da semana passada que Williamson tinha prazo de 10 dias (até 1º de março) para abandonar o país, onde morava desde 2003, "sob pena de expulsão por decreto a força" por suas declarações sobre o Holocausto. O governo argentino justificou ainda a decisão com o fato de Williamson “não ter os documentos” em conformidade à lei, citando irregularidades na sua solicitação de imigração e condenando seus comentários sobre o Holocausto, chamando-os de "profundamente ofensivos à sociedade argentina, ao povo judeu e à humanidade". A Argentina é lar de uma das maiores comunidades judias fora de Israel.
- Histórico
Richard Williamson declarou em uma entrevista a um canal sueco de TV em novembro do ano passado, exibido apenas no dia 21 de janeiro deste ano: "Penso que não existiram câmaras de gás (...) Acredito que de 200.000 a 300.000 judeus morreram nos campos de concentração, mas nenhuma das câmaras de gás".
Antes da entrevista, Williamson era diretor de um seminário perto de Buenos Aires até o começo deste mês.
Dois dias depois da difusão da entrevista, o papa Bento XVI anunciou que Williamson e outros três bispos excomungados por João Paulo II em 1988, seriam reintegrados na Igreja Católica.
O anúncio da reintegração do bispo e a nova entrevista dele à revista alemã nesse mês, provocou a crise diplomática entre comunidade judaica internacional, Israel, Alemanha com o Vaticano.
A primeira-ministra alemã Ângela Merkel pediu “esclarecimentos” ao papa por ter reintegrado o bispo que fez declarações anti-semitas.
A comunidade judaica internacional criticou as declarações do bispo e o papa ter anunciado a reintegração do bispo
Já os religiosos judeus israelenses, anunciaram a ruptura das “relações diplomáticas” com Vaticano pelo mesmo motivo.
O Papa Bento XVI se defendeu que reintegrou o bispo sem saber das declarações dele.
O papa exigiu que Williamson retirasse o que disse, mas ele respondeu que precisa de mais tempo para rever as provas da existência do Holocausto.
O papa deu declaração no dia 15, onde critica todos aqueles “que negam ou minimizam o Holocausto” contra judeus.
Nas últimas semanas, sites e blogs neonazistas publicaram textos apoiando a posição do bispo.
A negação do Holocaustro na Alemanha, Áustria e Israel é crime e passível de cadeia. Em vários países do mundo, está em andamento o projeto de lei em que se torna crime este tipo de negação.
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Notícia Relacionada
- Bispo inglês que questionou a existência do Holocausto deixa a Argentina, Wikinotícias, 24 de fevereiro de 2009
Fontes
- Bispo que nega o Holocausto desembarca em Londres— AFP, 25 de fevereiro de 2009
- Expulso da Argentina, bispo que negou Holocausto chega a Londres— Globo.com, 25 de fevereiro de 2009
- Bispo negacionista já está em Londres— Euro News, 25 de fevereiro de 2009
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