Avião da EgyptAir desaparece dos radares no voo de Paris-Cairo

Fonte: Wikinotícias
Localização do Egito
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Avião desaparecido.
Imagem: Mehmet Mustafa Celik.

Agência Brasil

19 de maio de 2016

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Um avião da companhia aérea EgyptAir que partiu diretamente do Aeroporto Charles de Gaulle em Paris (capital da França) na quarta-feira (18) ontem à noite, com destino até Aeroporto do Cairo (localizada na capital homônima do Egito) na madrugada de hoje, desapareceu dos radares. O último contato com a aeronave ocorreu por volta das 0h45 de hoje (19h45 no horário de Brasília e 23hs45 no horário de Lisboa, já no dia 18).

O avião Airbus A320 era do voo MS804 e transportava 66 pessoas, dos quais 56 passageiros e 10 tripulantes. O número inicial era de 69 pessoas, mas foi corrigido em seguida. A maioria dos passageiros e da tripulação era de egípcios (30) e franceses (15), um britânico, um canadense e o restante eram cidadãos da África e Ásia. Entre eles, estão um português.

Segundo a companhia aérea EgyptAir, por meio da rede social Twitter, a aereonave Boeing 737-800 saiu às 23hs09min hora local e havia alcançado os 37.000 pés de altura (11.000 metros), perdeu o contato com os radares terrestres 20 minutos antes de chegar a destino e 10 minutos antes de entrar no espaço aéreo egípcio, quando sobrevoava o Mar Mediterrâneo.

O vice-presidente da EgyptAir, Ahmed Abdel, disse à CNN que o avião não fez qualquer chamada de emergência. Uma fonte aeroportuária grega disse à agência France Presse (AFP) que o avião caiu próximo à ilha grega de Karpathos, no Mediterrâneo, no espaço aéreo egício: “O avião entrou no espaço aéreo egípcio, desapareceu do radar grego e caiu a cerca de 130 milhas da ilha de Karphatos”. A mesma fonte disse também que a última comunicação com o piloto do voo da EgyptAir ocorreu três minutos antes de o aparelho cair, acrescentando que não foi recebida qualquer mensagem de alerta.

O ministro da Defesa da Grécia informou que dois aviões de resgate e uma fragata da Marinha foram enviados para a região. Operações de busca estão sendo feitas no Mediterrâneo, envolvendo as Forças Armadas egípcias, com a ajuda da Grécia.

O presidente francês, François Hollande, confirmou hoje (19) que o avião da EgyptAir, que ia de Paris para Cairo, caiu sobre o Mar Mediterrâneo e anunciou a abertura de um inquérito para apurar as causas do acidente. “Temos de garantir que sabemos tudo quanto às causas do que aconteceu. Nenhuma hipótese está excluída ou favorecida”, disse, numa declaração divulgada na televisão. Hollande afirmou que França está em contato com as autoridades gregas e egípcias para enviar aviões e barcos que possam participar das buscas do aparelho.

Em comunicado, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, pediu um reforço da investigação para que sejam encontrados os destroços do avião da EgyptAir. Fattah al-Sisi pediu a “todas as unidades” das Forças Armadas egipcías “intensificarem as operações de investigação” (ver Destroços).

Destroços

As Forças Armadas gregas anunciaram ter encontrado destroços no mar, próximo à Ilha de Creta, quando procuravam o avião da EgyptAir. "Foram encontrados a sudeste de Creta, dentro da área de informação aérea do Cairo", afirmou um porta-voz do Estado-Maior, Vassilis Beletsiotis à agência France Presse. Vassilis Beletsiotis acrescentou que os objetos, que flutuam no mar, foram localizados por um avião C-130 egípcio e que navios gregos estão a caminho do local. Fonte do Ministério da Defesa informou à agência espanhola Efe que os destroços (pedaços de plástico com cordas cor laranja) estão a 50 quilômetros da Ilha de Karpatos.

No entanto, horas depois, o chefe da autoridade de segurança aérea da Grécia negou que os destroços encontrados no Mediterrâneo sejam do avião. “Até agora, a análise indica que os destroços não são de um avião”, disse o chefe da autoridade de segurança aérea da Grécia, após a companhia aérea egípcia ter confirmado a descoberta dos destroços do avião. O chefe disse que conversou com o seu homólogo egípcio e lhe informou que não está confirmado que os destroços encontrados pertencem ao voo MS804.

A área onde a aeronave caiu fica a cerca de 200 milhas ao sul da ilha de Creta, local sob responsabilidade do Egito, que reagiu em comunicado. O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, pediu um reforço da investigação para que sejam encontrados os destroços do avião, para “todas as unidades do Estado, incluindo o Ministério da Aviação Civil (…), Marinha e Força Aérea, para intensificarem as operações de investigação” para que "os destroços do avião sejam encontrados".

Hipóteses

As autoridades francesas, egípcias e gregas já estão analisando as possíveis causas da queda do avião e não excluem, por enquanto, nenhum cenário para o desaparecimento do aparelho, seja por vítima de ato terrorista ou problema técnico.

Terrorismo

Vários cenários podem explicar o desaparecimento hoje (19) do avião A320, da Egyptair, que fazia a ligação entre Paris e a cidade do Cairo, mas especialistas dizem que um ataque terrorista é o mais provável. A França e o Egito têm sido recentemente alvos dos extremistas islâmicos em 2015.

Em outubro, o grupo fundamentalista Estado Islâmico reivindicou o ataque a um avião A321 da companhia russa Metrojet, que caiu no deserto do Sinai quando fazia o trecho entre a estância turística de Sharm el-Sheikh e São Petersburgo, matando 224 passageiros e a tripulação.

O avião da Egyptair desapareceu a cerca de 130 milhas náuticas da ilha grega de Karpathos, o que o coloca fora do alcance dos lança-mísseis portáteis utilizados por vários grupos combatentes no Oriente Médio.

O ministro egípcio da Aviação Civil admitiu que um “ataque terrorista” pode ser a explicação “mais provável” para a queda do avião da EgyptAir.

“Não podemos excluir a possibilidade de ter sido atingido por engano por outro avião, mas provavelmente já saberíamos”, disse o especialista em aeronáutica Gérard Feldzer, adiantando que a região ao norte do Egito, incluindo as costas de Israel e da faixa de Gaza, é “uma das mais vigiadas do mundo, também por satélite”.

Se for determinado que se trata de uma bomba [que causou a tragédia], a questão para os investigadores será como é que o dispositivo foi levado para um avião que decolou do aeroporto mais movimentado da França, o Charles de Gaulle, em Paris, onde o alerta de segurança é elevado desde os ataques terroristas do ano passado na capital francesa.

“A primeira coisa a fazer é recuperar destroços que nos darão algumas indicações sobre o acidente, se houve uma explosão, pode haver talvez vestígio de explosivos", disse Troadec.

O chefe dos serviços secretos russos, Igor Bortnikov, afirmou hoje (19) que tudo indica que um atentado terrorista derrubou o avião da EgyptAir. "Por tudo o que já vimos, trata-se de um atentado terrorista que custou a vida a 66 pessoas de diversos países", declarou Bortnikov aos jornalistas em Minsk, capital da Bielorrússia, de acordo com a agência russa Interfax.

O chefe do Serviço Federal de Segurança (FSB na sigla em russo) apelou a "todas as partes interessadas, incluindo os parceiros da Europa", para que colaborem na investigação do acidente.

Técnico

Segundo peritos, as possibilidades de uma avaria mecânica no caso do desaparecimento hoje do voo MS804 da EgyptAir são poucas. “Uma falha técnica grave, a explosão de um motor, por exemplo, parece improvável”, disse o especialista em aeronáutica Gérard Feldzer, destacando que o A320 em questão era “relativamente novo”, porque vinha voando desde 2003.

Trata-se de “um avião moderno, o acidente ocorreu em pleno voo em condições extremamente estáveis. A qualidade da manutenção e do avião não estão em causa neste acidente”, reforçou Jean-Paul Troadec, antigo diretor do Gabinete de Inquéritos e Análises para a segurança da aviação civil de França. Troadec assinalou ainda que a EgyptAir “é uma companhia que está autorizada” a voar na Europa e “não está na lista negra”.

Os peritos consideram igualmente improvável que o avião tenha sido atingido do solo, como foi o caso do voo 17 da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia em julho de 2014, ou do mar, como ocorreu em julho de 1988 quando a marinha norte-americana fez explodir por engano um avião de passageiros da Iran Air.

Fontes

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