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Analistas: eleição histórica na Venezuela pode mudar futuro do país

Fonte: Wikinotícias

28 de julho de 2024

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Edmundo é um ex-diplomata de 74 anos

Os venezuelanos começaram a votar ao nascer do sol neste domingo nas eleições presidenciais que podem mudar o jogo político após o chavismo (de Hugo Chávez) dominar o país por 25 anos. Dez candidatos concorrem ao posto político máximo, mas o foco está em apenas dois deles: Nicolás Maduro e o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, apoiado por María Corina Machado, que foi tirada da corrida depois que as autoridades judiciais do atual governo a desqualificaram por 15 anos.

Muitos dos centros de votação começaram a funcionar pelas 6 horas e Maduro votou cedo. As urnas ficarão abertas até que não haja mais pessoas nas filas em mais de 15.700 centros de votação habilitados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Cerca de 21 milhões de venezuelanos maiores de 18 anos estão aptos a votar, mas estima-se que mais de 4,5 milhões de emigrantes não poderão fazê-lo porque não conseguiram registar-se ou atualizar os seus dados no Cartório Eleitoral do seu país. Estes migrantes, em sua maioria, não apoiam o regime chavista e o governo de Maduro.

O candidato eleito hoje assumirá formalmente a presidência em 10 de janeiro de 2025 e ficará no cargo pelos próximos 6 anos, até 2031.

Futuro

Milhões de venezuelanos com expectativas de mudança veem no processo uma oportunidade para iniciar uma nova etapa que deixa para trás 25 anos de chavismo e leva à “normalização” do país, marcado por uma complexa crise humanitária que, nos últimos anos, levou milhões a emigrar em busca de melhor qualidade de vida (a ONU estima que haja 5,4 milhões de migrantes venezuelanos espalhados pelo mundo).

Especialistas em ciências políticas e sociais consideram que estas eleições são marcadas por um declínio de popularidade de Maduro e do chavismo, que se deteriorou após uma crise social e econômica que na última década aumentou a pobreza, a fome, os custos de saúde e que obrigou mais de 7,7 milhões de venezuelanos a migrar.

Empresas de consultoria de risco e análise, como a Gallup, consideram que a eleição está destinada a ser um referendo sobre o governo Maduro, no dia em que seria o 70º aniversário do ex-presidente Hugo Chávez, que morreu de câncer em 2013, deixando para Maduro as rédeas do que chamou de Revolução Bolivariana.

A campanha eleitoral foi marcada por reclamações da oposição sobre repressão e ações que dão vantagem à situação (a foto de Maduro aparece 13 vezes na cédula eleitoral, por exemplo), enquanto autoridades do governo Maduro têm insistido em acusar a oposição liderada por Urrutia de planejar ataques violentos e fazer acusações falsas de fraudes. Em 2018, após a reeleição de Maduro que os Estados Unidos e outros países qualificaram como ilegítima, dezenas de governos ignoraram o chavista como presidente legítimo e o país sofreu diversas novas sanções, o que aprofundou a crise econômico-social.

Desta vez, a oposição afirma que tem as melhores chances dos últimos 25 anos de assumir o poder e acredita que poderá, com a votação deste domingo, dar um novo rumo ao país. A coligação antichavista não participou nas eleições nacionais de 2017, 2018 e 2020.

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