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Afeganistão: 68% das mulheres sofre de doenças mentais por sua condição na sociedade após Talebã assumir o poder

Fonte: Wikinotícias

18 de agosto de 2024

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A Representante da ONU Mulheres no Afeganistão, Alison Davidian, disse durante uma conferência de imprensa na Sede das Nações Unidas, que após três anos de governo Talibã, as mulheres perderam a maioria dos seus direitos fundamentais e autonomia. "Até o momento, nenhuma mulher no Afeganistão está em posição de liderança em qualquer lugar que tenha influência política, em nível nacional ou provincial", disse, no que chamou de "apagamento político que se reflete também na vida social".

Ela passou um tempo no norte do país do Oriente Médio conversando com dezenas de mulheres e descobriu que 98% sentiam ter pouca ou nenhuma influência na tomada de decisões em suas comunidades e que 60% haviam perdido o poder de tomar pequenas decisões até mesmo em suas casas. "Para dar algum exemplo, três anos atrás uma mulher afegã podia tecnicamente decidir concorrer à presidência. Agora, ela pode nem mesmo ser capaz de decidir quando ir comprar mantimentos", explicou.

O grupo terrorista e extremista islâmico Talibã assumiu o governo do país em agosto de 2021, depondo o governo anterior e impondo uma série de restrições às mulheres, como a livre circulação sem uma figura masculina e direito à Educação. Serviços de saúde também foram restritos, com muitas medidas e enfermeiras perdendo seus empregos. A ONU Mulheres estima que as mortes maternas em decorrência do parto tenham aumentado 50% nos últimos três anos.

Doenças mentais

Davidian também coletou dados sobre a saúde mental das mulheres afegãs e falou sobre "uma crise crescente de saúde mental", relatando que 68% das entrevistadas relataram ter uma saúde mental “ruim” ou “muito ruim” e que 8% revelou que conhecia outra mulher ou menina que havia tentado cometer suicídio.

Um relatório da ONU divulgado em setembro de 2023 também já havia apontado que a saúde mental das mulheres no Afeganistão havia se deteriorado desde o início do governo Talibã, com cerca de 65% delas sofrendo de depressão, ansiedade e ideação suicida. Muitas também relataram sentimentos de raiva e solidão.

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