Testemunha vincula Bolsonaro a um dos suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco

Fonte: Wikinotícias
Em um video, um Bolsonaro visívelmente enfurecido rechaçou qualquer vinculação com o assassinato da vereadora Franco.
Imagem: Palácio do Planalto.

30 de outubro de 2019

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram LinkedIn Reddit
Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Uma reportagem do Jornal Nacional da TV Globo revelou que o porteiro do condomínio no Rio de Janeiro, onde morava o então deputado federal Jair Bolsonaro, afirmou que um dos suspeitos do assassinato da vereadora de esquerdista Marielle Franco, foi ao edifício e pediu visitar o pré-candidato presidencial no mesmo dia do homicídio.

A testemunha indicou que Élcio Queiroz, acusado de dirigir o veículo de onde foi disparado contra a Franco, visitou o local e disse querer reunir-se deputado. Segundo o porteiro, foi «o senhor Jair» quem autorizou sua entrada. Há, no entanto, registros de que Bolsonaro se encontrava esse dia na Câmara dos Deputados de Brasília. De acordo com a narração do testemunho, Queiroz se dirigiu à casa de outro residente, o ex-policial Ronnie Lessa, que morava na mesma urbanização, acusado de ser o autor dos disparos.

Horas depois, a vereadora Marielle Franco, conhecida por suas denúncias contra a violência policial nas favelas e sua defesa de minorias sexuais, foi baleada, juntamente com seu motorista, Anderson Gomes, no centro da cidade. A reportagem é baseada em declarações às quais a rede de televisão Globo teve acesso. Em resposta, o presidente publicou um vídeo, visivelmente enfurecido, rejeita qualquer conexão com o assassinato: «Vocês, TV Globo, sempre faz da minha vida um inferno, merda!». «Não vai dar certo, não tenho motivos para matar ninguém no Rio de Janeiro».

«O porteiro mentiu ou induziu o porteiro a cometer falso testemunho ou escreveu algo em investigação que o porteiro não leu e assinou», afirmou o presidente diretamente de Riad, na Arábia Saudita, parte de seu turnê pela Ásia e Oriente Médio. Nesta quarta-feira, Bolsonaro pediu ao ministro da Justiça, Sergio Moro, que a Polícia Federal investigasse o testemunho do porteiro, que chegou a se qualificar de «fantasma».

Segundo detalha Europa Press, Moro tem indicou que poderia haver «uma tentativa eventual de implicação indevida do nome do Presidente da República no crime em questão». O presidente também tem levantado a possibilidade de retirar a licença à Globo, que ele acusa de fazer «jornalismo podre». O próprio meio lamentou em comunicado as declarações de Bolsonaro e afirmou que sua única intenção era informar a opinião pública.

Fontes