Presidente do Equador acusa religiosos e a mídia no país “de por a democracia em perigo”

Fonte: Wikinotícias

Cuenca, Equador • 21 de fevereiro de 2009

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Um dia depois mandar o embaixador americano Max Sullivan sair do Equador em 48 horas, o presidente equatoriano, Rafael Correa, direcionou mais um ataque contra “os inimigos” do governo.

No discurso de abertura do Fórum de Presidentes de Poderes Legislativos da América Latina, Correa acusou aos presentes na reunião, em Cuenca, cidade do sul do país, transmitido ao vivo pela TV Ecuavisa, a imprensa e os religiosos (em ataque indireto aos cristãos) de colocarem "em perigo a democracia" equatoriana e de querer "impedir as eleições gerais" de 26 de abril deste ano. Afirmou que o governo que comanda "é um projeto jovem que luta contra os ‘poderes monopolistas’ que não querem renunciar aos seus ‘abusos’ e ‘privilégios’":

Entre esses grupos estão os poderes de noticiários, os poderes sociais e inclusive, os poderes religiosos. Os fervorosos seguidores de interesses apátridas colocaram em andamento uma máquina midiática que gera escândalos e espetáculos. (...) De acordo com nossa nova Constituição, no dia 16 de abril haverá eleições gerais. Porém, aqueles que não vão ganhar nas urnas estão conspirando para que estes comícios não cheguem.

Rafael Correa

O presidente denunciou que entre os "conspiradores" há partidos políticos tradicionais, meios de comunicação, grupos econômicos e religiosos, e acrescentou que parte da "trama" é a "narcopolítica":

Não estranhem se aparecer algum testa de ferro dizendo que é o elo entre o governo e os cartéis de drogas. Graças a Deus, aqui no Equador não temos narcopolítica.

A declaração se refere ao ex-subsecretário do Interior José Ignácio Chauvin está sendo investigado por conexões com supostos narcotraficantes que, de acordo com algumas versões, vendiam drogas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). O governo esclareceu nesta semana que Chauvin trabalhou no ministério por apenas três meses e meio, entre janeiro e maio de 2007.

A imprensa tenta vincular o Governo à guerrilha colombiana e ao narcotráfico.

Não é a primeira vez que Correa que enfrenta a acusação. Em 1º de março do ano passado, o Exército matou Raúl Reyes e mais de 10 pessoas envolvidas a 1 km de fronteira de Colômbia, desencadeando a crise diplomática entre dois países, com intromissão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, do assunto. Por causa disso, o presidente equatoriano foi acusado internacionalmente de ter permitido os guerrilheiros entrarem na fronteira e dar apoio à guerrilha que luta para derrubar o governo democrático, para implantar a ditadura de regime comunista e tolerar tráfico de drogas, acusações que ele nega até hoje.

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