Governo do Equador expulsa o embaixador dos Estados Unidos após declarar “persona non grata” no país
Equador • 20 de fevereiro de 2009
O Governo do Equador anunciou na última quarta-feira, dia 18, “persona non grata” o embaixador dos Estados Unidos, Max Sullivan, primeiro-secretário da legação diplomática.
O ministro de Relações Exteriores, chanceler Fander Falconí, disse em coletiva com jornalistas, que o governo equatoriano de Rafael Correa, ordenou a expulsão "imediata" e deu prazo de 48 horas para que o embaixador abandonasse o país por causa de "uma intromissão inaceitável nos assuntos internos" da nação:
Estamos declarando ao senhor Mark Sullivan persona non grata, ele é o primeiro secretário da embaixada e estamos dando um prazo de 48 horas para que o funcionário deixe o país.
Fander Falconí
Falconí disse que Sullivan continuava no país e que a decisão havia sido comunicada à Embaixada dos Estados Unidos.
Autoridades equatorianas acusam o funcionário de condicionar o apoio que os Estados Unidos fornecem à Unidade de Investigações Especiais da Polícia (UIES), em caso similar ao relatado por Correa no dia 7 de fevereiro.
Naquela ocasião, o presidente ordenou a expulsão o funcionário da embaixada Armando Astorga, que havia deixado o país em janeiro, acusando-o de condicionar a ajuda à outra unidade policial, dedicada ao combate ao contrabando.
- Estados Unidos Reagem
O porta-voz Gordon Duguid, do Departamento de Estado dos Estados Unidos, declarou a imprensa que o governo americano, que agora administrado pelo Barack Obamoa, opôs fortemente anteontem à decisão do Equador de expulsar um diplomata norte-americano por causa de uma disputa sobre a ajuda internacional, e disse que possíveis reações estão sendo consideradas.
Sobre as acusações de ambos de interferirem na inscrição de policiais num programa que recebia ajuda dos EUA, o Departamento de Estado negou as acusações e disse que a questão poderia ter sido resolvida amigavelmente.
A decisão do governo do Equador de expelir um segundo diplomata norte-americano é muito perturbadora e desperta sérias preocupações sobre o desejo do Equador de manter uma relação produtiva. Os EUA rejeitam qualquer sugestão de irregularidades por parte do pessoal da embaixada.
Gordon Duguid
Questionado sobre eventuais retaliações, ele declarou:
Estamos revendo nossas opções no momento.Gordon Duguid
O embaixador saiu do país ontem para os Estados Unidos.
O presidente nacionalista do Equador, Rafael Correa, que faz campanha para uma eleição em abril, tem buscado se firmar como um líder capaz de resistir a influências de governos e empresas estrangeiras, muito semelhantes aos presidentes da Venezuela (Hugo Chávez) e da Bolívia (Evo Morales).
Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do Equador, destino de grande parte do petróleo e das bananas desse país sul-americano.
Fontes
- Equador expulsa outro funcionário da embaixada dos EUA no país — O Globo.com, 18 de fevereiro de 2009
- EUA criticam Equador por expulsão de diplomata — abril.com, 19 de fevereiro de 2009
- Embaixada dos EUA no Equador confirma saída de diplomata expulso — Portal G1, 20 de fevereiro de 2009
- Equador expulsa diplomata dos EUA por intromissão — Estadão.com.br