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Opiniões divergentes voltam a marcar debate sobre educação domiciliar

Fonte: Wikinotícias

22 de abril de 2021

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A divergência de opiniões marcou mais um debate promovido pela Câmara dos Deputados sobre educação domiciliar (ou homeschooling, em inglês). Experiências de outros países foram o assunto de videoconferência realizada nesta quinta-feira (22).

No Brasil, esse modelo de ensino, ministrado em casa por pais ou professores particulares e sem a tutela da escola, não é permitido. O governo federal, no entanto, anunciou a intenção de legalizar a prática ainda neste ano.

Defensora da modalidade, a assessora especial do Ministério da Educação Inez Augusto Borges apresentou no debate exemplos de personalidades históricas que estudaram em casa. Entre elas, a escritora inglesa Hannah More (1745-1833) e o botânico negro americano George Washington Carver (1864-1943).

Cerceamento

A deputada Soraya Santos (PL-RJ), que participou do debate, pediu que as experiências estrangeiras fossem aproximadas da realidade brasileira. “Vamos trazer a história como referência, mas trazer para os dias de hoje. Na realidade de hoje, qual o olhar do Ministério da Educação sobre o que deve ter como parâmetro, sobre como referenciar o conteúdo programático?”, questionou.

Para Inez Borges, a escolarização compulsória não é sinônimo de educação. “Na escola, a criança é obrigada a estudar para a prova. As crianças estão murchando, estão sofrendo por uma imposição de um livro didático. Quando a criança começa a estudar vulcão, ela se apaixona, mas tem que ir para a página seguinte, ela não tem tempo de estudar o que a interessa”, criticou ela.

Para outra convidada no debate, a professora de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Maria Celi Vasconcelos, no entanto, não há como falar em liberdade por meio da educação em uma sociedade desigual, onde a escola presta um serviço fundamental à população.

“Isso faz com que quem tem meios para isso [educação domiciliar] possa atender a suas crianças. É um grupo reduzido. A maior parte da população não tem como atender a critérios, mesmo que mínimos”, lamentou a professora.

Fontes