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Marrocos: maioria dos jovens quer migrar e pretende ir para o Ocidente

Fonte: Wikinotícias

28 de julho de 2024

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O rei Maomé VI em 2016: ele perdeu 33% de apoio nos últimos anos e seu reinado é aprovado por apenas 40% dos marroquinos

55% dos jovens do Marrocos que têm entre 18 e 29 anos de idade consideram a possibilidade de migrar, segundo um relatório recente do Afrobarometer. A maioria deles quer migrar para algum país do Ocidente, principalmente os Estados Unidos (26%), França e Canadá (23%) e Itália e Espanha (22%).

França, Itália e Espanha são países vizinhos ao Marrocos, sendo este ligado ao território espanhol pelas cidades portuárias de Ceuta e Melilla, dois enclaves espanhóis em solo marroquino. As duas cidades são as únicas fronteiras terrestres entre a União Europeia e a África, e lidam, anualmente, com a chegada de milhares de migrantes africanos e árabes ilegais.

"Desemprego e saúde são os problemas mais importantes que os jovens marroquinos querem que seu governo aborde, seguidos pela gestão da economia e educação", apontou o Afrobarometer em setembro de 2023, adicionando em fevereiro passado que uma pesquisa indicou que ao menos um membro adulto de cada família marroquina perdeu o emprego durante a crise causada pela pandemia de covid-19 e que o país ainda não se recuperou. Cerca de 2/3 dos marroquinos acreditam que a economia vai mal e 63% dos entrevistados disseram que haviam ficado sem comida ao menos alguma vez em 2023.

Um reinado corrupto e absolutista

O reinado absolutista de Maomé VI, que já está sentado no trono há 25 anos, nunca se solidificou e cerca de 60% dos entrevistados não estão convencidos de que o monarca e seu governo mereçam um voto de confiança. O índice é 33% menor quem em 2016, ou seja, Maomé perdeu o apoio de 30% dos marroquinos nos últimos 7 anos.

74% do marroquinos acredita que o sistema político e governamental é corrupto e 55% deles quer reformas imediatas.

Maomé VI não é só o chefe-de-estado do Marrocos, mas também o líder religioso, clamando os monarcas marroquinos seu parentesco direto com o profeta Maomé. Protegido pela lei de lesa majestade, o milionário Maomé se reserva o direito de não dar explicações e de passar grande parte do ano vivendo na Europa, sendo muitas vezes criticado pela imprensa estrangeira ou jornalistas marroquinos mais corajosos de não ser solidário com seu povo. "A repressão à liberdade de expressão e associação no Marrocos continuou com vários jornalistas, ativistas e líderes de protestos de alto nível presos em aparente retaliação por suas críticas à monarquia governante", reportou a Human Rights Watch em junho de 2023