Líbano diz que guerra na Síria acabou e que vai começar a deportar refugiados; ONGs criticam
9 de julho de 2022
Issam Sharaf al-Din, Ministro Interino de Deslocados do Líbano, anunciou dias atrás um plano para começar a deportar sírios refugiados. Segundo ele, a meta é enviar de volta para casa 15 mil sírios todo mês porque a guerra na Síria acabou. Isto "é alarmante", opinou a ONG Monitor de Direitos Humanos Euro-Med.
Segundo a organização, "a deportação de refugiados contra a sua vontade é uma clara violação do princípio de non-refoulement [não-devolução] que protege os refugiados da expulsão ou do regresso forçado a países onde as suas vidas ou liberdades estão em risco, uma vez que podem ser submetidos a tortura e a tratamentos cruéis e degradantes". "Vários refugiados que foram deportados para a Síria foram submetidos a graves violações, chegando à morte em alguns casos", alegou o Monitor.
Cerca de 1,5 milhão de sírios que fugiram do conflito em seu país desde 2011 vivem no Líbano, 90% em condição de extrema pobreza, estima o Monitor.
Segundo a ACNUR, a Turquia é o país que recebeu o maior número de refugiados sírios, mais de 3,6 milhões. Já a Jordânia acolheu mais de 660.000.
A maioria dos sírios que migrou, segundo a ACNUR, não vive em campos de refugiados.
Referências
- O princípio de non-refoulement (não-devolução) x refugiados humanitários, Jus Brasil, 02 de agosto de 2011.
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Fontes
- ((en)) Lebanon: Deporting Syrian refugees is inhumane, poses threat to their safety — Euro-Med Human Rights Monitor, 7 de julho de 2022
- ((en)) Lebanon: Deporting Syrian refugees is inhumane, poses threat to their safety — Relief, 8 de julho de 2022
- ((es)) Emergencia en Siria — Acnur, 2022
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