Haiti: policiais rebeldes libertam detidos em duas prisões

Fonte: Wikinotícias

19 de março de 2021

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram LinkedIn Reddit
Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Um grupo fortemente armado de policiais e ex-policiais descontentes conhecido como Fantom 509 libertou presos detidos em uma prisão haitiana na quinta-feira, a segunda desse tipo no país em dois dias consecutivos.

A fuga ocorreu na delegacia de polícia de Croix des Bouquets, a cerca de 13 quilômetros da capital Porto Príncipe.

Um vídeo divulgado pela agência Voz da América mostra um ex-detento saindo da prisão cercado por policiais do Fantom 509 mascarados e desmascarados, aparentemente portando armas automáticas.

Aplausos e gritos são ouvidos ao fundo enquanto o grupo sai pela porta da frente. Na quarta-feira, membros do Fantom 509 libertaram quatro pessoas da prisão de Delmas 33.

As libertações estão relacionadas à morte de quatro policiais durante uma operação anti-gangue em 12 de março em Village de Dieu, um bairro pobre de Porto Príncipe, onde membros de gangues ainda seguram corpos.

Membros de gangue postaram vídeos macabros das vítimas e fotos delas em frente a um veículo blindado da polícia que capturaram na operação. Os críticos atribuíram o conflito ao fraco trabalho de inteligência das autoridades.

As gangues são acusadas de um aumento nos sequestros de haitianos, que estão aterrorizando o país.

Geffrard Guerby, que se identificou como delegado do sindicato da polícia nacional SPNH17, disse após a ação de quinta-feira que o 509 estava executando uma ameaça anterior.

"Ontem dissemos que até que recuperemos os corpos da polícia não poderemos mas viver no país. Nem sequer poderá funcionar."

Guerby explicou que o agente que eles libertaram na quinta-feira estava na prisão por ter atirado e matado um membro de uma gangue.

Guerby disse também que havia um complô do governo para assassinar o inspetor-geral da polícia, Carl Henry Boucher, que foi preso após a operação em Village de Dieu e está isolado na academia nacional de polícia.

Em entrevista por telefone à imprensa local na quarta-feira, Boucher negou ter se envolvido na operação e que a Polícia Nacional o estivesse transformando em bode expiatório.

Em resposta à libertação de policiais na quarta-feira, o presidente haitiano Jovenel Moise declarou estado de emergência por razões de segurança nacional.

Fontes