Estudo do MISA-Angola conclui partidarização da imprensa pública
15 de fevereiro de 2017
Os partidos políticos na oposição queixam-se de tratamento desigual na imprensa pública e em alguns meios de comunicação privados, relativamente ao partido da situação. A oposição não quer que se repita o cenário das eleições anteriores em que, segundo os partidos, o MPLA foi favorecido nos espaços de informação sobretudo na imprensa estatal.
As organizações da classe jornalística dizem que a imprensa pública parece propriedade do partido que governa e que para estas eleições pouco ou nada se vai alterar. A queixa vem da UNITA, CASA-CE, PRS, Bloco Democrático e até de associações críticas ao Executivo.
Um estudo feito pelo Instituto de Comunicação da África Austral (MISA Angola) ainda não publicado em formato papel, concluiu que em termos de acesso à imprensa do Estado o Governo, o MPLA e a Presidência da República levam uma vantagem muito substancial em relação aos demais partidos políticos e mesmo a associações considerada críticas ao Executivo.
"Há um predomínio na ordem dos 50 por cento do governo do MPLA e da Presidência da República na imprensa estatal", diz Alexandre Solombe, do MISA Angola, para quem os partidos da oposição podiam ter uma palavra a dizer na reposição desta situação.
"Os deputados deviam fazer greve para exigir mais liberdade de imprensa por exemplo na transmissão em direto das sessões parlamentares, não assistir as sessões enquanto a situação não mudasse", defendeu Solombe que alertou para o fato dessa realidade poder afetar as eleições de Agosto.
O jornalista Elidio Manuel considera que nas atuais condições mais valia a pena não haver eleições. O jornalista e antigo deputado Makuta Nkondo, por seu lado, afirma que "o partido no poder tem a faca e o queijo na mão, tem toda a comunicação social, o MPLA usa e abusa dos órgãos de comunicação social, a TPA quase dia e noite tornou-se numa televisão partidária do MPLA".
Tanto o MISA Angola como o Sindicato dos Jornalistas Angolanos dizem não poder alterar o cenário atual.
![]() |
Tem uma opinião sobre a notícia? Diga-nos! |
Notícias Relacionadas
- "Partidos e sociedade civil fiscalizam eleições em Angola", Wikinotícias, 9 de fevereiro de 2017.
- ""Estou preparado" diz João Lorenço, a respeito das eleições angolanas", Wikinotícias, 4 de fevereiro de 2017.
Fonte
Manuel José. Estudo do MISA-Angola conclui partidarização da imprensa pública— Voz da América, 14 de fevereiro de 2017
![]() | A versão original da notícia, ou partes dela, foram extraídas da Voz da América, que libera seus conteúdos sob domínio público. |
![]() | Esta página está arquivada e não é mais editável. Caso veja que esse artigo necessita de uma revisão, correção ou complementação, contate um administrador. Ela será desprotegida por sete dias. Note que algumas referências talvez não estejam mais online.
|