Economista expulso do PT afirma que Lula sabia sobre corrupção

Fonte: Wikinotícias

Brasil • 20 de janeiro de 2006

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O economista e ex-secretário de Finanças de São José dos Campos (SP) Paulo de Tarso Venceslau disse durante seu depoimento para a CPI dos Bingos na terça-feira (17) que presenciou um esquema de corrupção na prefeitura da cidade nos anos 90. Segundo ele as irregularidades seriam de conhecimento do então Presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Tarso, as irregularidades seriam supostamente operadas por meio da Consultoria para Empresas e Municípios (CPEM), pertencente a Roberto Teixeira, compadre de Lula. O economista sustenta a tese de que foi expulso do partido porque sugeriu a investigação das denúncias de supostas irregularidades envolvendo a CPEM, que era operada por Teixeira.

Paulo de Tarso trabalhou como secretário de Finanças na prefeitura de Campinas (SP), na gestão de Jacó Bittar (1989/92), e de São José dos Campos, na administração de Ângela Guadagnin (1993/96).

O economista disse para a CPI que no começo da década de 90 foi convidado a participar de uma reunião entre Jacó Bittar e os irmãos Roberto e Dirceu Teixeira. Esses últimos apresentaram ao prefeito um projeto que poderia aumentar a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo Tarso, ele disse na ocasião que o projeto seria revisto pelos técnicos da prefeitura e que os irmãos Teixeira deveriam participar de licitação, os quais não concordaram sob a alegação de que a CEPEM tinha notória especialização, e por isso não precisava concorrer.

Tarso contou que dias depois, os irmãos Teixeira tiveram um encontro com Lula, em São Paulo. O próprio Tarso teria sido chamado a participar dessa reunião.

"Lula disse que o trabalho era bom, mas eu disse a ele que a proposta tinha que ganhar concorrência. Jacó Bittar saiu do partido, contratou a CPEM e, por causa disso, teve os bens bloqueados por ação do Ministério Público, que julgou o serviço prejudicial ao município", declarou o economista para a CPI.

O ex-petista também citou o atual diretor-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto. Segundo ele, Okamoto visitava São José dos Campos e procurava saber quais as empresas que tinham dinheiro a receber da prefeitura.

Paulo de Tarso disse ainda, sem apresentar provas, que o compadre de Lula, Roberto Teixeira, exerce "poder brutal" na empresa pública federal Infraero. Paulo de Tarso Venceslau disse: "Tem mais mistérios na Infraero hoje que avião de carreira no ar. Se quiserem confusão, é só ver quem manda na Infraero. Não tenho intimidade com Roberto Teixeira, mas ele foi o primeiro a ser recebido após a posse pelo presidente Lula, que morou mais de dez anos de graça na casa dele".

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