Comandantes militares evitam polemizar sobre possível revisão da Lei da Anistia

Fonte: Wikinotícias
Cerimônia de apresentação dos novos oficiais-generais do Exército ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia no Palácio do Planalto. Também participaram o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os comandantes das três Forças Armadas. Foto:Antônio Cruz/ABr

Agência Brasil

13 de agosto de 2008

Email Facebook X WhatsApp Telegram LinkedIn Reddit

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Os comandantes das três forças - Exército, Marinha e Aeronáutica - evitaram polemizar as discussões sobre a possibilidade de revisão na Lei da Anistia, após participarem ontem (12), no Palácio do Planalto, da cerimônia de promoção de oficiais-generais, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Defesa, Nelson Jobim.

O comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, afirmou que o assunto está “encerrado” e que o presidente já se manifestou ontem a respeito, durante a reunião de coordenação política, afirmando que o tema não deve ser tratado no Executivo, e sim no Judiciário. “O assunto está resolvido pelo presidente da República, ele já deu todas as declarações que considerou necessárias”.

Questionado se estaria frustrado porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez uma declaração pública sobre o assunto nem durante nem após a cerimônia no Planalto, Moura respondeu que não ficou “nem um pouco frustrado”.

O comandante do Exército, general-de-exército Enzo Martins Peri, seguiu na mesma linha. “Já foi falado, o presidente falou (sobre o assunto), o ministro (da Justiça, Tarso Genro) comentou, então, o assunto está encerrado”.

Apesar de ter sido cercado por jornalistas ao final da cerimônia, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, não deu declarações sobre o assunto.

Na semana passada, o ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu, em um seminário, que a tortura não deveria ser tratada como crime político e sim como crime comum e fez declarações que foram interpretadas como uma defesa da revisão da Lei da Anistia.

A posição de Tarso provocou reações dos militares, que não concordaram com a possibilidade de revisão da lei. Eles chegaram a organizar um evento no Clube Militar, no Rio de janeiro, que contou com a presença do comandante militar do Leste, general Luiz Cesário da Silveira, e do diretor do Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército, general Paulo César Castro.

Ontem, o assunto foi discutido na reunião de coordenação política, no Palácio do Planalto. Logo após, Tarso Genro falou com a imprensa e negou que tenha pedido a revisão da Lei da Anistia. Na reunião, Lula determinou que o governo fique de fora de qualquer interpretação sobre a lei que, segundo ele, é de incumbência do Judiciário.

Fontes