China manda ativista para a cadeia

Fonte: Wikinotícias

VOA

4 de abril de 2008

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram LinkedIn Reddit
Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Hu Jia, 34 anos, costuma abordar uma grande variedade de assuntos delicados, entre eles direitos humanos, Tibet e AIDS.

Ele ficou sob prisão domiciliar a maior parte do tempo no ano passado sendo que só em dezembro as autoridades formalizaram sua detenção.

John Kamm é diretor-executivo da Fundação Dui Hua, que tem sede nos EUA e é um grupo de advocacia que examina os casos de prisioneiros políticos na China há quase duas décadas.

Kamm, falou com repórteres em Pequim e disse que está desapontado porque não foi permitido a jornalistas, diplomatas, e outros observadorse assistir ao julgamento de Hu Jia que aconteceu nesta última quinta-feira, e no qual decidiu-se que ele seria condenando.

"Que eu saiba ninguém entrou," Kamm disse. "E isto, acho que é realmente uma vergonha.Com certeza mostra que é uma mentira o argumento de que as coisas estão ficando mais transparentes por aqui."

Ele acrescentou ainda que todo o processo de julgamento acabou em tempo recorde, só 98 dias desde a detenção, tendo em vista que os chineses queriam encerrar o caso Hu Jia antes de as Olimpíadas começarem.

"Eu diria que eles quiseram se livrar disso rapidamente. E não queriam ver ele se desenrolar à medida que os Jogos vinham chegando," disse.

Falando do lado de fora do palácio de justiça na quinta-feira, o advogado de Hu Jia, Li Fangping, disse que seu cliente foi condenado "por incitar a subversão". Ele disse que entre as evidências do tribunal contra Hu Jia há artigos da internet que ele escreveu e uma entrevista que deu a uma mídia estrangeira.

Li diz que Hu Jia declarou-se inocente, e é um alívio que a corte não o tenha condenado também por "crime grave", pois isso significaria mais de cinco anos de prisão.

Hu tem 10 dias para apelar da sua sentença.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriorse da China, Jiang Yu, defendeu o veredicto e disse que críticos estão usando os direitos humanos como uma desculpa para interferir em negócios internos da China.

Ela disse aos repórteres que a China "não deixará de cumprir a lei e que ela ficará à frente das Olimpíadas."

A embaixada dos Estados Unidos em Pequim emitiu uma declaração expressando o descontentamento de Washington com o veredicto. A declaração pediu à China para aproveitar a oportunidade e tomar medidas para melhorar seu histórico no campo dos direitos humano e da liberdade religiosa.

Fontes