Brasil: após contaminação de cervejas, etilenoglicol pode ser banido
G1
6 de fevereiro de 2020
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva Cervejeira se reuniu ontem, em Belo Horizonte, com 25 representantes de cervejarias de todo país para discutir diversos assuntos relativos ao setor após a contaminação, por dietilenoglicol, de diversas cervejas produzidas pela Cervejaria Backer no final de dezembro de 2019.
Entre os assuntos tratados está o uso de etilenoglicol e dietilenoglicol nas cervejarias, que após a reunião, deverá receber a recomendação de "proibido". O presidente da Câmara, Carlo Lapolli, disse: “estamos fazendo uma recomendação do banimento do etilenoglicol do processo produtivo de cerveja”.
Entenda o caso
No final de dezembro de 2019, pessoas começaram a dar entrada em hospitais de Belo Horizonte e região com sintomas de 'síndrome nefroneural', o que levou um dos pacientes a óbito no 07 de janeiro de 2020. A filha deste paciente, uma farmacêutica, pesquisou outros pacientes com os mesmos sintomas e descobriu que todos haviam, em comum, consumido a cerveja Belorizontina, produzida pela Backer. Foi ela também que chegou à substância causadora da intoxicação, o dietilenoglicol, o que ajudou a médicos e à polícia logo após as primeiras investigações começarem.
No dia 09 de janeiro, a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais anunciou, oficialmente, que a substância havia sido encontrada em diversos lotes de cerveja e interditou a empresa, onde o dietilenoglicol foi encontrado na água usada na fabricação da cerveja e num dos tanques de fermentação.
A Backer alega que apenas usava o etilenoglicol (ou monoetilenoglicol), menos tóxico, no processo de refrigeração e não na fabricação das bebidas. "Não sabemos o que está acontecendo", disse a diretora de marketing da empresa, Paula Lebbos, em janeiro.
Até hoje, seis pessoas morreram devido a síndrome nefroneural, tendo os exames dado positivo para dietilenoglicol em ao menos um dos casos. Outras 30 pessoas, consideradas casos suspeitos, estão internadas, sem previsão de alta.
Além da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público, o Procon, o Sescon, a Secretaria da Saúde de MG e o Ministério da Saúde trabalham para elucidar o caso.
Fontes
Produtores de cervejas do Brasil se reúnem em BH para avaliar impactos do caso Backer, G1, 05 de fevereiro de 2020.
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