As faces da Agropecuária do Brasil
Brasil • 24 de outubro de 2011
O setor agropecuário brasileiro cresce consideravelmente a cada ano. Dados divulgados pelo Ministério da Agricultura revelam que até 2020, a produção nacional de carne bovina deve representar 44,5% do mercado mundial e a de frangos atingirá o índice de 48,1%.
Só para se ter uma idéia no avanço desse mercado, podemos tomar como base uma das maiores exposições agropecuárias do Brasil, a ExpoLondrina, que acontece todos anos, geralmente no mês de abril.
Somente em 2011, a comercialização em leilões rendeu pouco mais de R$ 20 milhões em negócios pecuários com a participação de vários stands. Já no ano anterior, a movimentação teve pouco mais de R$ 17 milhões de investimentos por parte dos pecuaristas. Isso significa que fazendeiros de todo o país procuram animais de raças importantes para vender e comprar com investimentos altos no setor a cada ano. E o número de expositores também tem destaque. Stands para feiras agrícolas estão mais presentes. Na ExpoLondrina, evento que estamos tomando por parte, em 2010 houve 1.400 expositores, enquanto de 2011 houve 1.859 pontos de comercialização.
Somente com esses dados, realmente o setor ganha destaque para a economia brasileira. Porém, o questionamento que não deve se calar são as conseqüências desse aumento produtivo.
- Qual é o problema da agropecuária brasileira?
Esse crescimento resulta muitas preocupações e também vários problemas ao país. Nem tudo é mar de rosas. Esse tema foi muito debatido no 10º Congresso sobre Manejo e Nutrição de Bovinos, evento que reuniu empresários, pesquisadores e pecuaristas do Brasil. O principal problema abordado é que o mercado interno e externo não consegue consumir tudo o que se produz. Ora, por causa da crise econômica internacional, ora, devido a distribuição interna irregular. O consumo de carne vermelha não acompanha o avanço na produtividade.
Outro problema gerado pela pecuária nacional, e esse certamente é o mais sério, está centrado no desmatamento, principalmente na região amazônica. Isso acontece porque desde a década de 1970, muitas áreas florestais são devastadas para a formação de estradas, exploração de madeiras e principalmente devido a exploração da pecuária extensiva. A responsabilidade não recai apenas aos grandes produtores que abrem as florestas, em sua maioria, ilegalmente, mas o crescimento da agricultura familiar na região também está contribuindo com o desmatamento.
O que rege essa demanda é a necessidade de se obter mais áreas para formação de pastos. Mesmo com a crise econômica internacional, a carne brasileira ganha destaque e mercado. Com isso, há a enorme necessidade de atender os mercados interno e externo. Porém, é evidente que existe uma corrida para a exploração desse setor cada vez mais valorizado.
A questão é que não há fiscalizações qualitativas para evitar que a natureza pague a conta mais cara desse progresso do mercado agropecuário brasileiro. Observa-se uma atenção especial a este tema. Como crescer a produção sem prejudicar a natureza? O primeiro passo é demarcar, de forma justa, responsável e técnica em prol do meio ambiente as áreas que deve ser exploradas para agricultura. A partir disso, deve-se manter uma fiscalização funcional para que produtores irregulares não contribuam ainda mais com os prejuízos ambientais.
Outro ponto importante é levar em consideração uma receita caseira dos economistas: nunca se investe tão pesado em apenas um único negócio. O governo e entidades privadas estão explorando de forma muito agressiva um único setor que talvez vale apena hoje, mas não será interessante amanhã.
Fonte
- ((pt)) Paulo Augusto Sebin. As faces da agropecuária no Brasil [inativa] — Artigonal, 24 de outubro de 2011. Página visitada em 9 de dezembro de 2011
. Arquivada em 26 de outubro de 2011 - ((pt)) Exposição Agropecuária de Londrina [inativa] — Ministério da Agricultura, 20 de outubro de 2011. Página visitada em 25 de outubro de 2011
. Arquivada em 4 de outubro de 2011 - ((pt)) Reportagem do jornal Correio do Estado. Stands para feiras — LPR, 20 de outubro de 2011
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