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Agricultores angolanos com inúmeros problemas

Fonte: Wikinotícias

2 de outubro de 2024

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Em contexto de arranque do ano agrícola 2024/2025, agricultores em Angola manifestam-se preocupados com as dificuldades de acesso aos incentivos para o aumento da produção, numa altura em que o governo alardeia estar empenhado no combate à fome e à pobreza.

A alta do preço dos fertilizantes no mercado, um dos fatores decisivos na produção é descrito pelos homens do campo na província da Huíla como um obstáculo neste desafio de produzir alimentos.

O saco de fertilizante está acima de 40.000 kwanzas, cerca de 50 dólares norte-americanos.

Jacob Tchalengua, explora o perímetro irrigado no município da Matala e considera insuportáveis os atuais preços no mercado.

“O caso dos fertilizantes é um problema sério. Um agricultor para baixar no seu produto vender um pouco barato tem que depender dos fertilizantes, mas estes estão muito caros”, disse.

Os problemas dos agricultores não terminam aqui.

Apesar do executivo ter posto em marcha desde 2022 a implementação do Plano de Apoio aos Operadores de Transportes e Mercadorias do Comércio Rural, que previa a cedência de viaturas para impulsionar o escoamento da produção no campo para a cidade, Norberto Alexandrino outro produtor agrícola, lamenta que os problemas persistem com enormes perdas nas colheitas.

“Uma das coisas que nós devíamos ter são carros próprios para escoar o produto”, afirmou.

A qualidade e análise do solo tem sido um elemento ignorado no desafio de aumentar a produção, alerta o diretor da ADRA antena Huíla e Namibe, Simione Chiculo, que se apega num estudo recentemente feito numa localidade do município da Humpata onde se concluiu que há solos saturados com produtos químicos.

“Pode não ser uma situação generalizada, mas nessa localidade em concreto o problema é este. Estamos também a aconselhar as comunidades no sentido de substituir os adubos químicos em adubos orgânicos. A utilização de estrumes a massa verde o processo de sideração dos solos pode ajudar a corrigir este processo”, sublinhou.

As queixas de acesso aos insumos agrícolas por parte dos agricultores, dão-se numa altura em o governo anunciou para o período agrícola 2023/2026 apoios avaliados em mais de 80.000 milhões de kwanzas no âmbito do denominado programa “Osi Yetu” que na língua Umbundu significa em português ”Nossa Terra” para impulsionar a agricultura familiar.

“Esse programa resulta da materialização de um decreto presidencial o 126/2024 de 14 de Junho que orienta o Ministério da Agricultura e Florestas a proceder a aceleração da atividade da agricultura familiar a maior parte dos produtos agrícolas que são produzidos no nosso país provêm da agricultura familiar”, afirmou o Ministro da agricultura e florestas, António de Assis.