Zia, ex-primeira-ministra de Bangladesh, corre “alto risco de morrer”

Fonte: Wikinotícias
Khaleda Zia em 2011

11 de outubro de 2023

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Os médicos que atendem a líder da oposição e antiga primeira-ministra Khaleda Zia no Bangladesh dizem que a sua vida está em perigo, uma vez que o governo não lhe permitirá deixar o país para uma intervenção médica urgente.

“Sofrendo de cirrose hepática avançada, Khaleda Zia corre um alto risco de morrer e precisa urgentemente de um transplante de fígado em um centro médico multidisciplinar avançado no exterior”, disse Fakhruddin Mohammad Siddiqui – membro de um conselho médico que cuida de Zia, 78.

“Um transplante de fígado não pode ser realizado em nenhum hospital de Bangladesh. Esgotamos todas as opções de tratamento disponíveis em Bangladesh. Com as suas complicadas condições médicas, deitada num hospital em Dhaka, ela está oscilando entre a vida e a morte.”

Chefe do Partido Nacionalista de Bangladesh, o maior partido da oposição, Zia foi condenada a 17 anos de prisão em dois casos de corrupção e vive em prisão domiciliar desde 2020.

Na semana passada, citando disposições legais, a primeira-ministra Sheikh Hasina recusou um apelo da família de Zia para permitir que ela viajasse para a Alemanha para um transplante de fígado.

Durante décadas, Zia e Hasina, chefe do partido governista Liga Awami, alternavam no poder. Há muito que são arquirrivais.

Os líderes do BNP alegam que as acusações de corrupção pelas quais Zia foi condenada e enviada para a prisão em 2018 eram falsas e tinham motivação política.

A pena de prisão de Zia foi suspensa pelo governo em março de 2020 e ela foi colocada em liberdade condicional, tendo em conta o risco de ser infectada pela COVID-19. A pena foi suspensa com a condição de que em nenhuma situação ela seria autorizada a viajar para fora do país.

Depois que Zia foi libertada da prisão em 2020, seus médicos relataram que seu quadro diabético havia piorado ainda mais e ela sofria de doenças renais, cardíacas e de outros órgãos. Seus médicos suspeitaram que ela não havia recebido tratamento médico adequado enquanto esteve na prisão por mais de dois anos.

Nos últimos dois anos, a família de Zia enviou pelo menos seis pedidos oficiais, solicitando autorização para que ela viajasse ao exterior para tratamento médico. Todos os pedidos foram rejeitados por Hasina.

Depois de Zia ter ficado muito doente recentemente, em agosto foi enviada para um hospital privado em Dhaka para tratamento.

“Altas dosagens de antibióticos não estão funcionando. A infecção do fígado faz com que líquido se acumule repetidamente nos pulmões, estômago e coração”, disse Dr. Zahid na segunda-feira.

O secretário-geral adjunto sênior do BNP, Ruhul Kabir Rizvi, alegou que Zia foi uma “vítima de vingança política”. “Parece que o governo tem negado à presidente do BNP o tão necessário tratamento médico no estrangeiro, numa conspiração para gradualmente empurrá-la até à morte e mantê-la afastada da política no futuro”, disse Rizvi.

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