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UE anuncia 150 milhões de euros em ajuda humanitária para o Afeganistão; 85% dos afegãos vivem na pobreza

Fonte: Wikinotícias

10 de junho de 2024

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Pobreza atinge 85% dos afegãos, diz UE

Tendo em conta a deterioração da situação humanitária no Afeganistão, a UE (União Europeia) ativou a sua reserva para ajuda de emergência para evitar o risco de fome no país. Isto elevará a resposta total da UE a quase 150 milhões de euros em ajuda humanitária para esta crise em 2024.

Este financiamento apoiará parceiros que trabalham no Afeganistão (quase 126 milhões de euros) e respondem às necessidades dos refugiados afegãos no Paquistão (mais de 11 milhões de euros) e de organizações humanitárias no Irã (quase 11 milhões), bem como reforçará a preparação para catástrofes.

No Afeganistão, o financiamento da UE continuará a responder às necessidades das populações mais vulneráveis, nomeadamente nas comunidades de difícil acesso. A ajuda centrar-se-á na assistência alimentar, abrigo, cuidados de saúde e acesso à água e ao saneamento. Até 14,5 milhões de euros estão destinados à Educação em Situações de Emergência, uma vez que 8 milhões de crianças e adolescentes necessitam de assistência educativa, incluindo 1,4 milhões de meninas que estão excluídas do acesso ao ensino secundário.

No Paquistão, mais de 7 milhões de euros serão destinados à resposta às necessidades humanitárias dos afegãos deslocados e das comunidades que os acolhem, por exemplo, proporcionando acesso a assistência jurídica, cuidados de saúde e nutrição, bem como educação. Outros 4 milhões de euros serão dedicados à preparação para catástrofes no país.

No Irã, a grande maioria do financiamento, até 10,25 milhões de euros, destinar-se-á a responder às necessidades das populações afegãs deslocadas e das comunidades de acolhimento.

A ajuda humanitária da UE é canalizada exclusivamente através de parceiros humanitários que trabalham no terreno.

O anúncio surge no momento em que altos representantes da comunidade internacional se reúnem hoje em Bruxelas para discutir a crise alimentar e sanitária no Afeganistão.

O Comissário responsável pela Gestão de Crises, Janez Lenarčič , afirmou que "o povo do Afeganistão enfrenta atualmente uma das piores crises humanitárias do mundo. Mais de 50% da população necessita de ajuda humanitária e mais de 85% da população vive na pobreza. É crucial que o mundo não desvie os olhos desta emergência em curso. Juntamente com a comunidade humanitária internacional, a UE continua a apoiar o povo do Afeganistão no seu momento de necessidade – mais recentemente, após as inundações devastadoras de abril. Em tempos incertos, reafirmamos o nosso compromisso de apoiar as pessoas necessitadas em todo o país, de respeitar os princípios humanitários e de enfrentar os desafios operacionais enfrentados pelos trabalhadores humanitários no terreno".

Contexto

O Afeganistão continua a ser uma das maiores emergências humanitárias, com mais de 23,7 milhões de pessoas necessitando de assistência. Existe um risco real e agudo de fome. Mais de 15 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar aguda e poderão surgir bolsas de fome se a situação atual não for invertida. A taxa de crianças com menos de 5 anos que sofrem de emaciação e atraso no crescimento é uma das mais elevadas do mundo, enquanto o acesso aos cuidados de saúde básicos é muito limitado.

O país é também o segundo mais exposto a riscos naturais no mundo, com as alterações climáticas agravando riscos como secas e inundações. Esta primavera, as inundações afetaram 24 de um total de 34 províncias do Afeganistão, causando danos consideráveis, especialmente no norte do país.

A crise no Afeganistão continua a ter um efeito negativo no Paquistão e no Irã. Entretanto, as catástrofes induzidas por desastres naturais continuam a atingir mais duramente os segmentos mais pobres da sociedade.

Fontes[editar | editar código-fonte]

  • EU announces €150 million in humanitarian aid for Afghanistan crisis — Directorate-General for European Civil Protection and Humanitarian Aid Operations (ECHO), 10 de junho de 2024