Trump diz que ilegalidades o impediram de ganhar a eleição pelo voto popular
28 de novembro de 2016
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou ontem (domingo, 27) que, se não fosse pelos milhões de votos ilegais que ocorreram nas eleições americanas, ele teria ganho também no voto popular e não apenas no colégio eleitoral. A declaração faz parte de uma série de postagens feitas por Trump pelo Twitter, em que o presidente eleito condena a recontagem de votos no estado de Wisconsin, prevista para começar hoje (28). A recontagem, pedida pelo Partido Verde, deve ser feita também nos estados de Michigan e Pensilvânia.
"Além de ganhar no Colégio Eleitoral em uma vitória consagradora, eu ganhei no voto popular se você deduzir os milhões de pessoas que votaram ilegalmente", afirmou Trump em sua conta no Twitter.
A declaração de Trump provocou grande crítica da imprensa. De acordo com os jornais americanos, não há nenhum fato que comprove que houve milhões de votos ilegais que teriam impedido a vitória de Trump pelo voto popular. Segundo as críticas, esse tipo de declaração traz prejuízo para o clima político do país porque lança dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral. O que se sabe, pela contagem feita até agora, é que Hillary Clinton está com quase dois milhões de votos à frente de Trump pelo voto popular.
De qualquer forma, o voto popular não vale para eleger o presidente dos Estados Unidos, que é definido pelo Colégio Eleitoral. E por esse critério, Donald Trump foi o vencedor das eleições e vai assumir a presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2017. Ele obteve, pelos dados levantados até agora, 290 votos no Colégio Eleitoral, quando precisaria apenas de 270 votos para assegurar a eleição. Hillary Clinton só alcançou 232 votos.
Recontagem de votos
A declaração de Trump ocorre logo após a ex-candidata pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, ter declarado que vai participar da recontagem de votos das eleições de 2016 a ser realizada no estado norte-americano de Wisconsin. A recontagem foi solicitada pela candidata do Partido Verde, Jill Stein, sob a justificativa de que pode ter havido uma manipulação na contagem de votos nesse estado.
Depois de Wisconsin, Hillary vai pedir recontagem também em Michigan e Pensilvânia. Mesmo que o resultado seja mantido, a recontagem de votos é sempre um fator que traz intranquilidade para o candidato vencedor. Ao dizer, embora sem prova, que houve milhões de votos ilegais que impediram que ele fosse o vencedor no voto popular, Donald Trump pretende aparecer como vítima e mudar o foco da discussão.
Voto popular e Colégio Eleitoral
Na eleição dos Estados Unidos, o voto popular significa simplesmente a soma de todos os votos de eleitores de todos os estados norte-americanos. O candidato que obtiver o maior número de votos em todo o país é considerado o ganhador pelo voto popular. Mas o vencedor do voto popular pode acabar perdendo a eleição, como aconteceu com Hillary Clinton em 2016. Isto ocorre porque, embora os americanos votem diretamente para o candidato escolhido na eleição presidencial, a cada 4 anos, o presidente eleito é o escolhido pela instituição chamada Colégio Eleitoral.
O Colégio Eleitoral é o órgão que escolhe o presidente dos Estados Unidos. Cada estado norte-americano possui direito a um certo número de delegados no órgão, que varia de acordo com seus representantes no Congresso. Um candidato vence a eleição presidencial se tiver pelo menos 270 dos 538 votos colegiados (mesmo que tenha um número total de votos populares menor do que outro candidato concorrente). A eleição dos delegados é realizada em cada estado e o candidato mais votado leva todos os delegados do estado, mesmo que tenha apenas um voto a mais do que o segundo colocado. Apenas dois estados (Maine e Nebraska) fogem ao princípio de que o vencedor leva todos os votos.
Fonte
- José Romildo (Correspondente) e Lidia Neves (Edição). Trump diz que ilegalidades o impediram de ganhar a eleição pelo voto popular — Agência Brasil, 28 de novembro de 2016, 10h54
A versão original, ou partes dela, foram extraídas da Agência Brasil, sob a licença CC BY 3.0 BR. |
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