Tailândia: militares avisam que se protestos não pararem, país pode ficar "envolto em chamas"
26 de agosto de 2020
A onda de protestos na Tailândia não para e o primeiro-ministro, o militar Prayuth Chan-ocha, anunciou hoje que, se as manifestações continuarem, o país pode entrar em colapso. “Se quisermos superar um ao outro politicamente, a nação entrará em colapso. Se isso acontecer, é só esperar: todos estarão em terra ardente, envoltos em chamas", disse as repórteres.
Os protestos, que iniciaram meses atrás e em sua maioria contam com a participação de estudantes, pedem a saída de Prayuth, reformas políticas e na monarquia e o fim da ditadura militar, imposta num golpe em 2014.
No maior protesto, no dia 18 de agosto, estima-se que cerca de 10 mil pessoas tenham participado das manifestações em Bangkok.
Presos
O jornal tailândes Thaiger noticiou hoje que cinco (05) estudantes tinham ordens de prisão e que dois deles, Tattep Ruangprapaikitseree e Panumas Singprom, já haviam sido presos por ajudar a organizar os comícios antigovernamentais de 18 de julho.
Bloqueio do Facebook
A pedido do governo, ontem o Facebook bloqueou um grupo que criticava a monarquia e tinha mais de 1 milhão de membros.
A ONG Anistia Internacional, após saber do bloqueio, repudiou publicamente a censura e se manifestou através de Rasha Abdul-Rahim, codiretor do programa da Amnesty Tech: "mais uma vez o Facebook está cedendo aos caprichos de governos repressivos (...), estabelecendo outro precedente perigoso para a liberdade de expressão online".
Fontes
- Thailand Protests, Reuters, 26 de agosto de 2020.
- Two more students arrested, The Thaiger, 26 de agosto de 2020.
- Facebook blocks group, Reuters, 25 de agosto de 2020.
- Amnesty slams Facebook for helping Thai govt crush dissent, The Nation, 26 de agosto de 2020.
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