Setembro: custo da cesta básica aumenta em 10 cidades
6 de outubro de 2024
O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 10 das 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Entre agosto e setembro de 2024, as maiores altas ocorreram em Porto Alegre (2,07%), Florianópolis (1,59%), Rio de Janeiro (1,56%), Vitória (1,56%) e Brasília (1,39%). As principais reduções foram registradas em Belém (-2,58%), Fortaleza (-2,31%) e Aracaju (-1,98%). São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 792,47), seguida por Florianópolis (R$ 768,33), Rio de Janeiro (R$ 757,30) e Porto Alegre (R$ 756,17).
Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 506,19), Recife (R$ 535,32) e João Pessoa (R$ 552,35).
A comparação dos valores da cesta, entre setembro de 2023 e setembro de 2024, mostra que o custo dos alimentos básicos aumentou em 11 cidades, com destaque para as variações de São Paulo (7,85%), Goiânia (6,65%), Campo Grande (5,76%) e Rio de Janeiro (5,19%). Entre as seis localidades com retração nos preços, destacam-se Natal (-7,51%) e Recife (-6,12%).
Nos primeiros nove meses de 2024, nove capitais tiveram elevação nos preços médios. As maiores altas foram observadas em São Paulo (4,13%), Rio de Janeiro (2,53%) e Campo Grande (2,43%). As reduções, constatadas em oito capitais, variaram entre -2,32%, em Brasília, e -0,37%, em Natal.
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em setembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.657,55 ou 4,71 vezes o mínimo de R$ 1.412,00.
TABELA 1
Capital | Valor da cesta | Variação mensal (%) | Porcentagem do Salário Mínimo Líquido | Tempo de trabalho | Variação no ano (%) | Variação em 12 meses (%) | ||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
São Paulo | 792,47 | 0,78 | 60,67 | 123h28m | 4,13 | 7,85 | ||
Florianópolis | 768,33 | 1,59 | 58,83 | 119h43m | 1,30 | 2,77 | ||
Rio de Janeiro | 757,30 | 1,56 | 57,98 | 117h59m | 2,53 | 5,19 | ||
Porto Alegre | 756,17 | 2,07 | 57,90 | 117h49m | -1,35 | 1,95 | ||
Campo Grande | 714,63 | 0,00 | 54,71 | 111h20m | 2,43 | 5,76 | ||
Curitiba | 698,44 | 0,20 | 53,48 | 108h49m | 0,17 | 2,53 | ||
Vitória | 694,87 | 1,56 | 53,20 | 108h16m | 0,87 | 1,90 | ||
Brasília | 682,51 | 1,39 | 52,26 | 106h20m | -2,32 | 3,07 | ||
Goiânia | 672,93 | 0,76 | 51,52 | 104h51m | 0,53 | 6,65 | ||
Belo Horizonte | 651,44 | -0,58 | 49,88 | 101h30m | -0,74 | 2,79 | ||
Belém | 647,79 | -2,58 | 49,60 | 100h56m | 0,36 | 2,25 | ||
Fortaleza | 615,92 | -2,31 | 47,16 | 95h58m | -2,29 | -3,83 | ||
Natal | 554,00 | -0,30 | 42,42 | 86h19m | -0,37 | -7,51 | ||
Salvador | 553,62 | -1,27 | 42,39 | 86h16m | -1,28 | -3,05 | ||
João Pessoa | 552,35 | 0,63 | 42,29 | 86h04m | 1,85 | -1,82 | ||
Recife | 535,32 | 0,41 | 40,99 | 83h25m | -0,51 | -6,12 | ||
Aracaju | 506,19 | -1,98 | 38,76 | 78h52m | -2,14 | -4,91 | ||
Fonte: DIEESE |
- Cesta x salário mínimo
Em setembro de 2024, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 102 horas e 14 minutos, pouco maior do que em agosto, quando ficou em 102 horas e 01 minuto. Já em setembro de 2023, a jornada média foi de 108 horas e 02 minutos.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em setembro de 2024, 50,24% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em agosto, 50,13%. Em setembro de 2023, o percentual ficou em 53,09%.
Fontes
[editar | editar código-fonte]- ((pt)) Setembro: custo da cesta básica aumenta em 10 cidades — Dieese, 4 de outubro de 2024
Esta notícia é uma transcrição parcial ou total do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. |