Primeiro-ministro chinês renunciará antes de mudança de liderança

Fonte: Wikinotícias

14 de março de 2022

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O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, anunciou na sexta-feira que deixaria o cargo dentro de um ano. A mensagem veio em uma coletiva de imprensa na qual ele comparou a tarefa cada vez mais difícil de administrar a economia a escalar uma alta montanha com "menos oxigênio".

“Este é o último ano em que serei primeiro-ministro”, disse Li, 66 anos. Seu anúncio não foi uma surpresa porque os primeiros-ministros chineses e membros do Gabinete não podem cumprir mais de dois mandatos, e o segundo mandato de Li expira no próximo ano.

Embora não seja inesperado, o anúncio será de interesse para governos estrangeiros e empresas multinacionais, que observam de perto a liderança e as mudanças políticas na segunda maior economia do mundo em busca de pistas sobre sua direção futura.

Os grupos de elite da China, que incluem funcionários do partido, militares e empresários, mudaram drasticamente nos últimos anos. Isso se deve em parte à campanha anticorrupção do presidente Xi Jinping, que ganhou força desde que ele assumiu o cargo em 2012 e resultou em sentenças de prisão para milhares de funcionários.

Embora a última mudança de liderança esteja de acordo com as previsões, o anúncio de sexta-feira é significativo porque a China agora está lutando com as consequências políticas e econômicas da guerra na Ucrânia. O Partido Comunista Chinês, ou PCC, no poder, parece disposto a seguir em frente com seus planos de sucessão sem permitir que a guerra na Ucrânia e outros novos desenvolvimentos o interrompam.

“Alguém poderia pensar que a China precisa de gerentes econômicos testados e comprovados para lidar com a nova situação. Mas isso não está acontecendo porque interromper o sistema de sucessão pode prejudicar o partido”, disse um empresário chinês ligado ao PCC que preferiu permanecer anônimo enquanto discutia política.

O partido no poder provavelmente seguirá em frente com o plano de sucessão que foi adotado durante uma emenda à Constituição em 2018, que reduziu o limite de dois mandatos para quem ocupa o cargo de presidente. Isso foi amplamente interpretado como uma garantia de que o presidente chinês Xi Jinping não apenas obteria um terceiro mandato, mas permaneceria no cargo por toda a vida.

Mas relatos vindos de dentro do partido sugerem que Xi pode estar considerando um papel diferente para si mesmo. Ele pode se tornar o presidente do partido, cargo ocupado por seu fundador, o supremo Mao Zedong.

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