Lula defende Chávez e critica EUA durante encontro

Brasil • 30 de março de 2005

O Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva encontrou-se nesta terça-feira (29 de março) com os líderes dos governos da Colômbia, Venezuela e Espanha, em Ciudad Guyana, 500 km de Caracas, na Venezuela.

O encontro teve como objetivo melhorar as relações diplomáticas entre a Colômbia e Venezuela, que ficaram abaladas depois da prisão do membro das FARC Rodrigo Granda, em dezembro do ano passado.

Estavam presentes no encontro, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe Vélez, o primeiro-ministro da Espanha José Luis Zapatero, o presidente da Venezuela Hugo Chávez, e o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente brasileiro defendeu no encontro o presidente Hugo Chávez da Venezuela e criticou indiretamente o governo dos Estados Unidos da América pelas suas opiniões em relação ao presidente venezuelano. Segundo o presidente brasileiro a América do Sul é capaz de cuidar de seus próprios problemas.

No encontro o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse:"Nós não aceitamos difamações contra companheiros. Nós não aceitamos insinuações contra companheiros. A Venezuela tem o direito de ser um país soberano, de tomar as suas decisões". Lula também acrescentou que não tem medo de fazer essa afirmação em nenhum lugar do mundo.

O Secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, esteve no Brasil dia 22 de março e disse que estava muito preocupado com a situação política na Venezuela, principalmente após o anúncio de que o país compraria 100 mil fuzis AK-47. A Venezuela vem fazendo ultimamente grandes compras de armas e material bélico e Washington considera o país uma força desestabilizadora na região.

Lula também disse: "A Venezuela não precisa ser acusada de coisas que, a gente que convive com você, Chavez, sabe que não fazem parte do seu comportamento e do seu pensamento."

E Lula completou: "Nós temos muita gente (sic) falando mal de nós no mundo"

O presidente da Venezuela Hugo Chávez ao final do encontro realizou um discurso tranquilizador para os EUA:

“Não estamos aqui para causar problemas a ninguém, por nenhuma razão. Fomos chamados para configurar este novo mapa geopolítico, sem confrontação com ninguém (...) porque nos convém e a todos: convém aos investidores, a empresários internacionais, a empresários nacionais e ao próprio Estados Unidos”.

O primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero disse:"Esta é uma reunião para o diálogo e a cooperação entre nações livres e democráticas que querem o avanço dos povos".