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Portugal: como será o tempo no verão de 2021?

Fonte: Wikinotícias

1 de junho de 2021

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Por Tempo.pt - Meteored

O verão climatológico começou! Decorrerá entre hoje, 1 de junho, e o próximo 31 de agosto [no Hemisfério Norte]. É uma estação na qual reside muita esperança graças não só ao processo de vacinação, como também ao alívio das restrições e à diminuição do número de infetados com covid-19. Portanto, é expectável que ocorra um incremento nas viagens turísticas. A meteorologia, estará à altura das expectativas? Outro verão de recordes a caminho?

O verão de 2021 em Portugal em traços gerais

Com base nas previsões do modelo de referência, estima-se que o trimestre de junho, julho e agosto apresente padrões meteorológicos distintos entre regiões. Na maioria dos territórios fará mais calor que o normal, noutros as temperaturas estarão dentro dos valores habituais ditados pela normal climatológica, e por fim, numa terceira abordagem, algumas regiões registarão tempo mais fresco que o normal.

À escala sinóptica, tudo indica que a crista anticiclónica (anticiclone dos Açores) estará centrada sobre a Península Ibérica, abrangendo Portugal praticamente na sua totalidade, pelo que estão previstas assim várias ‘invasões’ de massas de ar tropical continental (quente e seco), normalmente oriundas do deserto norte africano. Desta forma, conjugar-se-á o ‘cocktail’ perfeito de fatores que influenciam determinantemente os estados do tempo vividos durante o veraneio.

Sem esquecer também que Portugal e Espanha, pela peculiar orografia que apresentam, ‘geram’ o seu próprio calor dado que estes dois países juntos são praticamente um mini-continente. Não se observam, para já, anomalias significativas na pressão à superfície, no entanto, é bem provável que na costa oeste portuguesa predominem os ventos de norte ou noroeste dando origem às famosas nortadas. Ocasionalmente, poderá levantar o vento de sul ou de levante.

Mais quente numas regiões, mais fresco noutras

De acordo com os mapas, na região Norte, composta pelas sub-regiões de Alto Trás-os-Montes (Bragança), Ave, Cávado, Douro, Entre Douro e Vouga (Aveiro), Grande Porto (Porto), Minho-Lima (Braga, Viana do Castelo) e Tâmega, numa grande parte da Beira Interior (Guarda, Castelo Branco) e em quase todo o Alentejo (Portalegre, Évora e Beja) - à exceção do litoral alentejano - as temperaturas vão exibir valores entre 0,5 ºC e 1 ºC acima da média, o que representará um verão mais quente que o normal nestas regiões.

Em algumas localidades, poderão ocorrer recordes de calor devido às temperaturas, algo que tem vindo a repetir-se com mais frequência nos últimos anos. Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira o cenário será mais ameno, com anomalia térmica prevista de até 0,5 ºC.

No entanto, nas restantes regiões, quanto mais para sul e para o oeste, em áreas do litoral atlântico, como o litoral do Alentejo, o Barlavento Algarvio, a Península de Setúbal e os pontos mais ocidentais de Lisboa, as temperaturas estarão ligeiramente mais frescas que o normal, apresentando uma anomalia negativa de -0,5 ºC. Nos restantes territórios ainda não mencionados, maioritariamente pertencentes à região Centro, os valores de temperatura deverão situar-se dentro do habitual.

Os meses mais secos do ano, mas existem nuances

Como se sabe, no verão a subsidência associada às altas pressões reforça a estabilidade na camada inferior da troposfera, resultando em precipitação escassa, embora com algumas nuances. De fato, as famosas trovoadas de verão podem aparecer e alterar o regime pluviométrico da estação em poucas horas. As previsões salientam que o mais provável é que o verão seja ligeiramente mais seco do que o normal no Alentejo e nalguns pontos da Beira Baixa e do Sotavento Algarvio. No resto do país, os valores de precipitação (já de si escassos) deverão situar-se dentro do habitual.

Menos trovoadas de verão este ano?

Apesar da incontrolável variabilidade diurna e sazonal, episódios de trovoada são frequentes nos dias de verão, especialmente durante a tarde. Isto acontece porque, nesta altura do ano, o ar está muito quente junto ao solo e a movimentação das massas de ar surge de sul e de oeste, carregadas de humidade.

Perante esta condição atmosférica, o ar quente e húmido ascende rapidamente, condensa e permite o desenvolvimento vertical de nuvens muito densas. Estas atuam como incubadoras de trovoadas, as quais acontecem pela necessidade de libertação de energia devido a mudanças abruptas na temperatura do ar, podendo fazer-se acompanhar da queda de granizo restrito espacialmente.

A sua prevalência é maior no interior do país, uma vez que a Nortada típica da faixa litoral oeste, ameniza a diferença de temperatura entre a superfície e a altitude, mitigando a possibilidade de formação de trovoadas. Assim, apesar da escassa precipitação prevista, não se descarta a ocorrência das famosas trovoadas de verão, especialmente em pontos do interior do país, embora devam ocorrer em menor número em relação a anos anteriores.

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