Polícia investiga uso da Abin durante governo Bolsonaro para espionar desafetos
25 de janeiro de 2024
A Polícia Federal (PF) investiga a existência de uma Agência Brasileira de Inteligência (Abin) "paralela" establecida durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo as investigações, o indicado por Bolsonaro, Alexandre Ramagem, utilizou os recursos da agência contra desafetos do ex-presidente.
A agência é acusada de interferência nas investigações de rachadinha do senador Flavio Bolsonaro, investigações conta Renan Bolsonaro e sobre a morte de Marielle Franco. Além disso, a Abin teria tentado descredibilizar as urnas eletrônicas durante a eleição presidencial.
Ramagem ainda é acusado de espionar o ex-deputado Rodrigo Maia, a líder do Partido dos Trabalhadores (PT) Joice Hasselmann, e o ministro da Educação do governo Lula Camilo Santana. Uma tentativa de associar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao crime organizado também é citada.
Flávio Bolsonaro negou as investigações. "É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro", afirmou.
Ramagem também negou o caso. "Nós da direção da Polícia Federal, policiais federais que estavam comigo, nunca tivemos a utilização, execução, gestão ou senha desses sistemas", alegou.
Hasselmann afirmou que tinha conhecimento da existência de uma "Abin paralela". "Eu sabia desse monitoramento desde o final de 2019. O próprio [Gustavo] Bebianno, enquanto era vivo, já tinha falado dessa Abin paralela comandada pelo [Alexandre] Ramagem. Era uma das coisas que preocupava bastante. O Bebianno chegou a comentar comigo, mas não levei tão a sério"
Fontes
[editar | editar código-fonte]- ((pt-br)) Ramagem diz que nunca teve acesso às senhas de sistema de monitoramento — G1, 25 de janeiro de 2024. Página visitada em 26 de janeiro de 2024
- ((pt-br)) Moraes diz que Ramagem usou Abin para espionagem ilegal a favor da família Bolsonaro; veja autoridades monitoradas — G1, 25 de janeiro de 2024. Página visitada em 26 de janeiro de 2024
- ((pt-br)) Hasselmann diz que sabia que era monitorada desde 2019: 'Não levei a sério' — UOL, 25 de janeiro de 2024. Página visitada em 26 de janeiro de 2024
- ((pt-br)) Veja casos em que Abin é suspeita de espionar autoridades e desafetos de Bolsonaro, e outras ações ilegais — G1, 25 de janeiro de 2024. Página visitada em 26 de janeiro de 2024
- ((pt-br)) PF diz que cúpula atual da Abin dificultou investigação sobre monitoramento ilegal — G1, 25 de janeiro de 2024. Página visitada em 26 de janeiro de 2024