Pesquisas improváveis também são premiadas
11 de outubro de 2005
Baradei, Rind e Simmons, da Newcastle University, do Reino Unido, tiveram seus trabalhos premiados no último dia 7, no mesmo dia em que o diretor da AIEA era anunciado o vencedor do Nobel da Paz. Os pesquisadores da Newcastle foram anunciados vencedores do Prêmio IgNobel da Paz.
Enquanto na Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em Viena, Mohamed ElBaradei liderava os esforços para conter a propagação de armas nucleares, os pesquisadores da Newcastle monitoravam a atividade elétrica de neurônios de gafanhotos que assistiam a trechos de "Guerra nas Estrelas". Quem assistiu ao filme não foram os pesquisadores, mas os gafanhotos.
Criado em 1991 por estudantes da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o IgNobel é uma versão bem-humorada do Nobel. Segundo os criadores, a proposta é celebrar o inusitado e estimular o interesse pela ciência, medicina e tecnologia, com a premiação de autores de pesquisas excêntricas e improváveis.
Confira a seguir os outros premiados com o IgNobel de 2005:
Física - John Mainstone e Thomas Parnell (falecido), da University of Queensland, Austrália, por conduzir um experimento em que uma pelota de piche demorou nove anos para pingar de um funil.
Medicina - Gregg A. Miller, de Oak Grove, Missouri, pela invenção dos "Neutículos", testículos artificiais para cachorros.
Literatura - Aos empreendedores da internet na Nigéria, por criar e distribuir por e-mail uma ousada série de contos com personagens como General Sani Abacha, Mrs. Mariam Sanni Abacha, Barrister Jon A Mbeki Esq. e outros. Note-se que o email convidava o leitor a contribuir com uma quantia em dinheiro a estes personagens, que iriam utilizá-lo para ter acesso a fortuna destinada a eles na Europa, e estariam dispostos a compartilhar parte desse dinheiro com aqueles que os ajudassem.
Economia - Gauri Nanda, do MIT, por inventar um despertador que foge e se esconde para garantir que o dono vai mesmo sair da cama.
Química- Edward Cussler e Brian Gettelfinger, da University of Minnesota, por testar experimentalmente a questão: as pessoas nadam mais rápido em água ou em xarope?
Biologia - Benjamin Smith, Craig Williams, Michael Tyler e Yoji Hayasaka, da Austrália, por catalogar odores peculiares de 131 espécies de rãs quando estressadas.
Nutrição - Yoshiro Nakamats, do Japão, por fotografar e analisar cada refeição que consumiu durante 34 anos.
Dinâmica dos fluidos - Victor Benno Meyer-Rochow, Alemanha, e Jozsef Gal, Hungria, por calcular a pressão acumulada dentro de um pinguim no relatório "Pressões produzidas quando pingüins evacuam - Cálculos sobre defecação aviana".
Páginas externas
- Claire Rind, Collision Avoidance in Insects and Robots, Newcastle University, 19 February 2004.
- Brasil não leva nem IgNobel Ciência em Dia.