Pesquisa revela associação significativa entre uso intenso de pesticidas e aumento de casos de Parkinson

Fonte: Wikinotícias

4 de março de 2024

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Em abril, durante o congresso da Academia Norte-Americana de Neurologia, será apresentado um estudo preliminar realizado por pesquisadores dos Estados Unidos, que apontam um aumento de casos de doença de Parkinson em regiões do país com intenso uso de pesticidas e herbicidas agrícolas. As Montanhas Rochosas e as Grandes Planícies foram as áreas específicas analisadas, revelando a presença significativa de 14 substâncias tóxicas associadas à enfermidade neurodegenerativa.

Os resultados do estudo indicaram que os pesticidas e herbicidas simazina, atrazina e lindano estavam fortemente correlacionados com a doença de Parkinson. Ao dividir os condados em 10 grupos com base na exposição a essas substâncias tóxicas, observou-se que os habitantes de locais com maiores aplicações de simazina tinham uma probabilidade 36% maior de apresentar o distúrbio degenerativo em comparação com níveis de exposição mais baixos.

Os pesquisadores conduziram uma revisão de registros médicos de 21,5 milhões de beneficiários do Medicare em 2009 para determinar a taxa da doença de Parkinson em várias regiões do país. Eles investigaram a possível relação entre a incidência da enfermidade e o uso de 65 pesticidas. Os resultados revelaram que, para o herbicida atrazina, a exposição à maior quantidade estava associada a um aumento de 31% no risco de desenvolver Parkinson, enquanto o inseticida lindano estava ligado a um risco 25% mais elevado. Essas associações persistiram mesmo após o ajuste para outros fatores de risco potenciais, como a poluição atmosférica.

Brittany Krzyzanowski, cientista do Instituto Neurológico Barrow, no Arizona, expressou sua preocupação com a descoberta, destacando que existem centenas de pesticidas ainda não estudados quanto à sua relação com a doença de Parkinson. O estudo também ressalta a possibilidade de uma causa ambiental para a doença, corroborando com pesquisas anteriores que identificaram diversos pesticidas e herbicidas como potenciais fatores de risco.

Chris Morris, professor sênior do Instituto de Pesquisa Clínica e Transnacional da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, ressalta a necessidade de investigação mais aprofundada para determinar essas relações. Ele menciona um artigo do ano anterior que associou a doença de Parkinson à exposição a um químico específico, o tricloroetileno, enfatizando a importância de inspirar medidas para reduzir o risco de doenças ao diminuir os níveis desses pesticidas.


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