Novo Governador de Benguela avistou-se com desalojados das Salinas

Fonte: Wikinotícias

1 de abril de 2021

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Governo de Benguela, o governador local, Luís Nunes, prometeu nesta quarta-feira, 31, um espaço para o realojamento das centenas de famílias, mas sentiu aresistência de quem não abdica do bairro demolido a 24 de Junho de 2020.

Depois de terem visto o governador cessante, Rui Falcão, dizer que “não eram os únicos a passar mal em Angola” e que o assunto estava nos "órgãos competentes", antigos moradores sublinham que a presença de Luís Nunes quebra um enguiço de dez meses e abre boas perspectivas.

Mas é certo também que muitos dos desalojados mesmo com promessas de loteamento, energia e água continuam desconentes e querem regressar às Salinas de onde foram expulsos por alegda ocupação ilegal.

O governador provincial esteve no edifício abandonado do Magistério Lúcio Lara para onde foram levadas as famílias deslojadas das Salinas.

Luís Nunes disse haver “muitas pessoas que estão a querer servir-se de vocês”, acrescentando que é sua intensão “resolver o problema” mas avisou que não haverá regresso às Salinas.

“Peço tempo. Mas não será nas Salinas”, disse o governante. Feita a promessa, os cidadãos quiseram obter detalhes sobre o futuro de um bairro que contava com escola e posto de saúde.

“Nós queremos mesmo as Salinas, lá estão as nossas raízes, os nossos umbigos. Então quem são os que vão para lá?”, questionou uma antiga moradora. O porta-voz das famílias, João Valeriano, lembra que as vítimas das demolições perderam mais do que terrenos.

“O bairro continua lá, mas nós perdemos as casas, as nossas coisas. As famílias estão aqui, devem devolver o que é nosso. E, para isso, penso que o governador terá o bom senso, fizemos propostas”, informa o porta-voz.

Numa escola com tendas em queda, partes inundadas e outros reflexos das chuvas, a VOA conversou com Rodrina Baptista, que deu à luz a gémeos.

“Nasceram aqui, ao relento. O sofrimento é muito, nestes dez meses, eu que já tinha casa, tive de vender a botija, fogão… só para alimentar os meus sete filhos”, lamentou a jovem.

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