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Nicarágua: partido no poder aprova reforma eleitoral

Fonte: Wikinotícias

5 de maio de 2021

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O governo do presidente Daniel Ortega esclareceu as perspectivas para as eleições na Nicarágua marcadas para novembro, ao aprovar na terça-feira, por meio da Assembleia Nacional que controla, reformas eleitorais que a oposição considera "uma paródia".

A votação foi de 85 votos a favor, tanto pelo apoio da maioria governante, quanto pelo apoio dos partidos aliados de Ortega.

Com a aprovação dessas reformas, a oposição denunciou um retrocesso em termos de legitimidade das eleições presidenciais deste ano, uma vez que estabelecem severas restrições e limitações aos partidos políticos e candidatos para competir em um processo genuíno.

Ambas as leis inibem as candidaturas de opositores que recebem financiamento do exterior para comícios políticos e da mesma forma penalizam aqueles que “aplaudem ou pedem sanções” do exterior contra a Nicarágua.

Os partidos políticos e principais setores da oposição do país denunciaram "que o regime perdeu uma oportunidade" de se afirmar e de conseguir um processo de credibilidade.

Na verdade, um dia antes, Julie Chung, subsecretária em exercício do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos, exigiu reformas confiáveis "para poder eleger líderes de maneira livre e justa, com transparência e credibilidade".

"O presidente Ortega e seus apoiadores deveriam aproveitar esta oportunidade crucial para tornar o sistema eleitoral mais confiável", disse Chung em um tweet.

Arturo Cruz, candidato presidencial e ex-embaixador da Nicarágua nos Estados Unidos, destacou que as poucas mudanças na reforma da lei eleitoral eram esperadas, mas assegurou que apesar de estar em “um processo eleitoral em condições adversas, repletas de dificuldades, de obstáculos”, está “ciente do desafio histórico que enfrentamos, mas também da responsabilidade que temos com o futuro”.

“São horas difíceis para o país. Porém, pergunto-lhe: já foi tudo dito? Nós vamos desistir? Se há algo que o povo nicaraguense mostrou é que pode tornar possível o que parece impossível”, acrescentou Cruz.

Fontes