Missão da ONU defende que Venezuela não se torne uma "crise esquecida"
2 de março de 2022
Os membros da Missão Internacional Independente de Investigação das Nações Unidas sobre a Venezuela esperam que a situação dos direitos humanos no país não se torne uma “crise esquecida” e consideram que o Conselho de Direitos Humanos pode ser um ator importante nesse sentido.
Essa missão foi instituída em setembro de 2019 justamente pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Desde então, seu mandato foi renovado uma vez e apresentaram dois relatórios.
Na primeira, determinaram que havia motivos razoáveis para acreditar que violações de direitos humanos e crimes internacionais foram cometidos na Venezuela, no contexto estudado. Na segunda, que o sistema de justiça venezuelano tem sido um ator importante, por ação ou omissão, na repressão contra opositores do governo de Nicolás Maduro.
“Acreditamos que a aprovação das conclusões e recomendações da Missão de Apuração pelo Conselho de Direitos Humanos pela reação da maioria dos membros do Conselho e pela adoção da prorrogação do mandato por mais dois anos (…) é um sinal claro (…) da posição de grande parte da comunidade internacional em relação à situação dos direitos humanos na Venezuela, que a situação deve mudar", disse Marta Valiñas, chefe da missão, na terça-feira. Um fórum organizado pelos centros de estudos do Diálogo Interamericano e pelo Escritório de Washington para Assuntos Latino-Americanos (WOLA).
Valiñas sustentou que a missão pode ser apenas uma parte "no que deve ser um esforço conjunto e coordenado de vários atores para combater a impunidade" e garantir a justiça na nação sul-americana.
“Devemos evitar que a Venezuela se torne uma crise esquecida e, consequentemente, que as violações de direitos humanos que documentamos se tornem cada vez mais arraigadas”, disse.
E, nesse sentido, considera que o Conselho de Direitos Humanos pode continuar tendo um “papel de liderança” para manter a Venezuela na agenda da comunidade internacional.
O fórum também contou com a participação de outros membros da missão, como Patricia Tappatá Valdez.
Este ativista especializado em justiça de transição e democracia afirmou que para a região “é muito grave” que um país como a Venezuela permaneça “em uma situação de crise institucional, política, humanitária, que não está definida em nenhum sentido”.
Nesse sentido, decidiu que: “Como não cessaram as violações dos direitos humanos na Venezuela (…) deve continuar a haver alguma instância de investigação que mostre esta realidade perante a comunidade internacional.”
Fontes
- ((es)) Misión de ONU aboga para que Venezuela no se convierta en una “crisis olvidada” — Voz da América, 2 de março de 2022
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