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Mais de 35% das adolescentes angolanas já estiveram grávidas

Fonte: Wikinotícias

20 de dezembro de 2024

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Em Angola 37% das adolescentes e jovens entre 15 e os 19 anos de idade já tiveram uma gravidez e 45% já tiveram mais de um parceiro sexual, segundo dados recentes do Fundo das Nações Unidas para a População, (FNUAP) que colocam o país com uma das taxas mais elevadas neste quesito na África subsariana.

Isto tem grandes implicações para a sociedade angolanas porque abrange jovens em idade escolar.

Adelina Calundungo que trabalha no projeto denominado “ Levanta-te jovem” para desencorajar adolescentes em idade escolar pelo país a engravidar fala de um problema grave de saúde pública que pode ser minimizado.

“Sabemos que é um problema nosso de saúde pública, nós não conseguimos erradicar mais conseguimos minimizar esse índice,” disse

A também ativista que defende mais educação sobre questões de direitos sexuais e reprodutivos com os jovens a partir da escola, alerta que a gravidez precoce tem outras consequências na vida das vítimas.

“ O aborto também chega a ser uma das consequências da gravidez precoce e nós queremos prevenir isso”, disse Adelina Calundungo que revelou que “79% dos abortos foram provocados a adolescente”.

Muitas das jovens quando se apercebem que estão grávidas “entram em desespero e optam pelo abordo provocado, esse aborto que pode levar a morte”.

O pastor evangélico, Francisco Doido, que lamenta o problema que é na sua visão também de ordem espiritual, sugere um trabalho sério a partir das famílias para inverter a tendência de expor as crianças a assumirem a maternidade muito cedo.

“A gravidez precoce em nossa sociedade é fruto de uma infância que morre muito cedo”, disse o pasto.

“Veja como nossas filhas de oito anos por exemplo são vestidas pelas próprias mães, veja que tipo de danças são colocadas numa festa de aniversário de uma criança de três anos” acrecentou Francisco Doido para quem “ agora a infância dura muito pouco”.

Angelina Rodrigues é psicóloga clínica e reprova as famílias que partem para a conversa já em cima dos problemas.

“ As famílias normalmemnte quando vão falar sobre sexo com o filho é porque a filha já engravidou é quando o paí vai dizer que não devia essas coisas só se fazem no casamento é quando vai dizer que devia usar preservativo, disse

O Fundo das Nações Unidas para a População e o Governo de Angola, com apoio financeiro do Governo da Noruega, lançaram recentemente em Luanda um novo Programa de quatro anos de Reforço da Saúde e dos Direitos Sexuais e Reprodutivos em Angola.

O objectivo é dar resposta aos desafios de saúde sexual e reprodutiva e violência baseada no género enfrentados por mulheres e meninas em Angola.