Lula lamenta a morte dramaturgo Augusto Boal e destaca papel no teatro brasileiro; Corpo do dramaturgo é cremado em cerimônia no Cemitério do Caju
4 de maio de 2009
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou ontem a nota de pesar pela morte do diretor teatral e dramaturgo Augusto Boal, de 78 anos, que faleceu anteontem (2) de insuficiência respiratória, na cidade do Rio de janeiro.
Boal estava internado no Hospital Samaritanto, no Rio de janeiro, desde o dia 28 de abril. Ele sofria de leucemia e morreu na madrugada.
Para Lula, o dramaturgo inspirou gerações e deixa a imagem “de um homem apaixonado pela vida e pelo que fazia”. Boal fundou o Centro de Teatro do Oprimido (CTO-Rio), em 1986, onde o público era transformado em ator.
Por sua importância para o teatro contemporâneo, no Brasil e no mundo, seu papel de expoente do Teatro de Arena, em São Paulo, e de fundador do revolucionário Teatro do Oprimido, Boal inspirou diferentes gerações, no nosso país e no exterior.
Notado Lula.
Para os brasileiros e os amantes do teatro e da promoção da igualdade entre os homens”, diz ainda a nota, Boal “deixa uma marca que jamais será esquecida, além do exemplo de um companheiro que dedicou sua vida à transformação social por meio da arte”.
- Cremado
O corpo do dramaturgo Augusto Boal foi cremado ontem a tarde, no Cemitério do Caju, no Rio de janeiro. O poeta e dramaturgo Ferreira Gullar destacou ontem (3) a importância do dramaturgo Augusto Boal para o teatro e a cultura brasileiros. “Boal foi, de fato, um dos principais criadores do teatro moderno brasileiro”, disse Gullar, lembrando que o dramaturgo uma linha nova na dramaturgia e na encenação teatral no país, quando dirigiu o Teatro de Arena de São Paulo.
Segundo Gullar, o show Opinião, realizado em 1964, no Rio de janeiro, apontado como primeiro ato de resistência ao regime militar e considerado um dos mais importantes eventos da música popular brasileira, deve boa parte de seu êxito à linha de direção dada por Boal, "que influiu no futuro do teatro musicado brasileiro". O show tinha canções de Zé Ketty e João do Valle interpretadas por Nara Leão, que foi substituída posteriormente por Maria Bethânia.
Gullar chamou, ainda, a atenção para "a entrega" do dramaturgo Boal ao Teatro do Oprimido, que fundou no Rio de janeiro em 1986. Esse modelo de teatro objetiva a democratização da produção teatral, facilitando o acesso das camadas mais pobres à arte e aproximando o ator do espectador. “Foi uma entrega, de fato, da vida inteira, a um trabalho importante, pautado para o teatro e para a mudança da sociedade. O Brasil sofre uma grande perda com a morte dele”, concluiu.
A atriz Maria Lúcia Priolli, ressaltou, no entanto, que quem acredita na vida após a morte sabe que Boal vai sempre estar junto de sua gente. "Dessa forma, a gente não perde um gênio ilustre, um maestro do teatro e das artes”.
Fontes
- Carolina Pimentel. Presidente lamenta morte de Boal e destaca papel do dramaturgo no teatro brasileiro — Agência Brasil, 3 de maio de 2009, 11h32
- Alana Gandra. Corpo de Boal é cremado em cerimônia no Cemitério do Caju — Agência Brasil, 14 de maio de 2009, 14h12
![]() | A versão original, ou partes dela, foram extraídas da Agência Brasil, sob a licença CC BY 3.0 BR. |