Lula cobra discurso unificado dos países ricos em relação à crise mundial
17 de outubro de 2008
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem (16) posição unificada e coerente dos países ricos para acalmar as bolsas de valores mundiais.
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—Lula, em entrevista coletiva em Maputo, Moçambique |
Para Lula, a crise não provocou até o momento “nenhuma coisa mais séria” nos países emergentes, como Brasil, China e Índia.
Questionado sobre a situação da Islândia, país europeu com as piores quedas na bolsa de valores, o presidente respondeu que quem aposta errado tem de arcar com as conseqüências. “As pessoas precisam tratar economia com mais juízo e com mais responsabilidade. Quem aposta errado, pode ganhar muito ou pode quebrar a cara”, disse.
Em seu discurso, o presidente também voltou a afirmar que o sistema bancário brasileiro não está envolvido no subprime (título hipotecários que não exigem garantias). E destacou que os bancos estatais são importantes neste momento de crise.
O Brasil é um dos poucos países do mundo hoje em que nós ainda não estamos querendo ficar sócio dos bancos, não só porque o sistema financeiro não está envolvido no subprime, mas porque somos sócios de dois bancos importantes e dono de um muito importante, que é o BNDES, além do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal
Em jantar oferecido pelo presidente moçambicano, Armando Guebuza, Lula propôs a criação de um grupo para identificar oportunidades de negócios entre Brasil e Moçambique com o objetivo de equilibrar a balança comercial, favorável ao Brasil. “O Brasil está as ordens para lançar projetos de produção de biocombustíveis em Moçambique”, disse.
Lula permanece em Maputo, onde hoje (17) inaugura o Escritório Regional para África da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e também uma fábrica de bolas de futebol. Ele fez um pedido a Guebuza: “Não prepare sua seleção para ganhar do Brasil nem em 2010 e nem em 2014, quando a Copa do Mundo será no Brasil”, brincou.
Fontes
- Carolina Pimentel. Lula cobra discurso unificado dos países ricos em relação à crise mundial — Folha Online, 16 de outubro de 2008
A versão original, ou partes dela, foram extraídas da Agência Brasil, sob a licença CC BY 3.0 BR. |