Líderes somalis novamente discordam sobre eleição já atrasada
27 de dezembro de 2021
Os líderes somalis mais uma vez discordaram sobre as eleições já adiadas no país do Chifre da África, abrindo caminho para outra crise política à medida que a comunidade internacional pede diálogo para acelerar o processo eleitoral.
O presidente somali Mohamed Abdullahi Mohamed, popularmente conhecido como Farmajo, e seu primeiro-ministro, Mohamed Hussein Roble, discutiram novamente sobre o processo, que já está atrasado.
O chefe de Estado culpou o primeiro-ministro por não cumprir um mandato para liderar o país através das eleições, com base no que ficou conhecido como o acordo de 17 de setembro de 2020. O acordo permitiria que 101 delegados selecionassem parlamentares, que escolheriam o próximo chefe de Estado.
Em resposta, o primeiro-ministro rejeitou a convocação e manteve seu compromisso de liderar um processo eleitoral livre e justo. Roble acrescentou que as críticas de Farmajo visam interromper o processo em curso.
Os membros da oposição foram rápidos em jogar seu peso para trás do primeiro-ministro, que foi encarregado de realizar as eleições após um acordo político sobre governar o processo em maio.
O ex-presidente Hassan Sheikh Mohamud, que está entre os principais candidatos que desafiam o candidato, reiterou a importância de acelerar o processo eleitoral para evitar retrocessos.
Ele disse: "Não temos outras opções além da do primeiro-ministro na convocação do fórum consultivo nacional para discutir os desafios no processo de votação discordado, que temos enfatizado desde o primeiro dia."
Agências de segurança somalis apoiadas por forças de paz da União Africana reforçaram a segurança durante o processo eleitoral, mas especialistas alertam que a continuação da briga envolvendo a liderança do país é preocupante.
Dahir Korow é um analista político que acredita que há necessidade de passos rápidos.
"Os cidadãos somalis estão perdendo a confiança em sua liderança sobre as disputas eleitorais contínuas; a comunidade internacional também está frustrada com a falta de compromisso dos líderes, por outro lado, as ameaças por parte de al Shabab estão crescendo; portanto, há necessidade de compromisso para realizar pesquisas confiáveis", disse Korow.
Por al-Shabab, ele estava se referindo ao grupo militante. Durante anos, lutou contra o governo central em uma tentativa de tomar o poder e impor uma versão estrita da lei islâmica conhecida como Sharia.
Esta última crise política ligada às eleições ocorre quando centenas de somalis afetados pela seca severa esperam por ajuda humanitária. A seca e a fome na Somália foram atribuídas às mudanças climáticas.
Fontes
- ((en)) Somali Leaders Again Disagree on Already Delayed Polls — Voz da América, 27 de dezembro de 2021
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