Roberto Jefferson ataca O Globo, o relator, Lula, o governo e o PT em seu último discurso como deputado
Brasil • 19 de setembro de 2005
Em Brasília, no Congresso Nacional, o deputado federal brasileiro Roberto Jefferson (PTB-RJ) fez na quarta-feira passada (14) o seu último discurso como deputado, ao usar o tempo que lhe foi dado para se defender das acusações do processo levado adiante pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara.
O Conselho de Ética aprovou por unaminidade por 14 votos a 0, no dia 1 de setembro, um processo que pedia a cassação do mandato do deputado Roberto Jefferson. O processo foi movido pelo ex-deputado e Presidente do Partido Liberal Valdemar Costa Neto.
Como das outras vezes, muitas pessoas se deslocaram para poder ouvir o discurso de Jefferson. O Congresso ficou em completo silêncio e com atenção ouviu-o falar durante cerca de 40 minutos. O silêncio das pessoas que o assistiam só foi quebrado algumas vezes, com protestos, aplausos ou risos.
O deputado fez críticas duras e usou de ironia. Atacou o jornal O Globo, o governo, o Presidente Lula, o Conselho de Ética e o Partido dos Trabalhadores (PT). Defendeu o Parlamento, disse que as investigações devem continuar e que elas não podem restringirem-se apenas ao Congresso. Declarou que não volta atrás em nada do que disse e que se saísse, seria de "cabeça erguida".
Os deputados do Congresso ouviram atentamente o discurso de Roberto Jefferson. Contudo, no final da votação a maioria dos deputados preferiu cassá-lo. Foram 313 votos a favor da cassação e 156 contra.
O Discurso de Roberto Jefferson
Agradecimentos
"Exmo. Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, cidadão do Brasil que me ouve, cidadã do Brasil que me ouve, começo percorrendo essa defesa em causa própria por uma via não muito comum aqui na Casa confesso a dificuldade de fazê-lo, viu Laurinha. Sou bom advogado para os outros, para mim...", foi dessa forma que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) começou a introdução do seu discurso de defesa durante a votação para a cassação de seu mandato de deputado.
Jefferson começou o seu discurso com agradecimentos a todas as mulheres que o ajudaram. Primeiramente ele falou sobre as mulheres da sua família, para em seguida mencionar as suas companheiras de trabalho.
Jefferson lembrou-se da avó, a quem comparou a um jequitibá que "não quebrava, não vergava", que perdeu precocemente os dois filhos e o marido. Emocionou-se ao lembar a mãe, a quem se referiu como uma pessoa com uma "fé inabalável em Deus". Agradeceu a esposa, a quem chamou de "amiga, guerreira e conselhereira".
Jefferson falou sobre as duas filhas e agradeceu a elas por terem lhe dado netos. Sobre a filha Cristiane, disse que era seu desejo que ela fosse magistrada, e disse que até pediu à professora dela, a Deputada Juíza Denise Frossard, para que a influenciasse na escolha. Contudo, Cristiane preferiu seguir a carreira política, seguindo os conselhos de Laurinha, uma amiga da família.
Em seguida, Jefferson citou uma prima e referiu-se a ela como alguém que trabalha pela união da família.
O deputado mostrou-se grato pela ajuda das mulheres com que trabalhou. Disse que não tem preconceito contra homem, mas que sua assessoria sempre foi feminina, e que esta permitiu-lhe chegar ao sucesso. Agradeceu, na maioria das vezes mencionando os nomes, às colegas deputadas, à secretária do PTB, e a várias outras funcionárias do partido.
Em seguida, Roberto Jefferson pediu agradecimentos a sua cidade, Petrópolis, no Rio de janeiro. Lembrou-se do amigo padre e de companheiros políticos.
O Globo
O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) fez uma severa crítica ao jornal O Globo.
Citou o avô libanês Ibrahim, que segundo ele, dizia que "atrás de toda manchetona escandalosa tem um interesse maior e mais escandaloso".
Disse que não tem nada contra a cobertura da área econômica, cultural e esportiva de O Globo, mas afirmou que ele "politicamente é um jornal amoral".
Jefferson disse que O Globo é um jornal "falido" que "se fiou sempre nos cofres públicos". Ele disse que quem paga as despesas do jornal é o povo brasileiro.
O deputado recordou-se da prisão em junho do empresário dono da cervejaria Schincariol, acusado de sonegação fiscal e usou-a para fazer uma acusação a O Globo: "Eu vi lá o empresário da Schincariol ser preso por 1 bilhão e 200 milhões. Almejado, imprensa, arrombaram a casa, iam botar uma bomba na porta, mas só de INSS O Globo deve mais de 1 bilhão e 200 milhões, está lána superintendência da Polícia Federal o processo por apropriação indébita porque é da parte do trabalhador, e a Polícia Federal não prende ninguém de lá".
E continuou:
"Da Schincariol mete a algema, no Globo o rabo entre as pernas. Não sei, não consigo entender por que? Será que é a espera de elogios no Jornal Nacional ou daquela coleção olímpica de grandes intelectuais que assinam coluna, no jornal O Globo? 2 bilhões e 800 milhões já levou do BNDES, às custas do Brasil para não fechar, porque sacou 2 bilhões de dólares à época do governo Fernando Henrique, quando o dólar era um por um, e hoje deve o que não pode pagar, mas vende a manchete política. Caderno econômico, tenta nos calar a todos aqui no Congresso Nacional."
O relator do Conselho de Ética
Antes de criticar o relatório do relator do Conselho de Ética, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), Robertou Jefferson citou o advogado francês Derrier, que disse em frente o tribunal revolucionário: "Trago aqui a minha cabeça e minha palavra. Vocês poderão ficar com a primeira, após ouvir a segunda". Em seguida, o deputado começou a contestar cada uma das cinco acusações de Jairo Carneiro.
Sobre a acusação de que teria denunciado o mensalão sem provas, e que ele ainda não está totalmente comprovado, Jefferson disse: "Duas CPIs foram instaladas: a CPI dos Correios e a CPI do Mensalão. E o Relator da Comissão de Ética diz que o mensalão não existe. Devo dizer ao relator que essa só contaram para você".
Como já nas outras vezes, Roberto Jefferson disse que foi vítima de uma armação política para incriminá-lo na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, organizada pela w:Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que supostamente teria se aproveitado de um funcionário corrupto da casa, o chefe de contratação dos Correios, Maurício Marinho.
Jefferson disse que nunca tinha tido uma relação de amizade com Maurício Marinho, e que ele não pertencia aos quadros do PTB. Roberto Jefferson comparou a sua situação com a do Ministro da Fazenda Antônio Palocci, também envolto em denúncias supostamente praticadas por um de seus ex-assessores, o advogado Rogério Tadeu Buratti: "O Sr. Rogério Buratti fez isso com o Ministro Antônio Palocci: traiu a confiança de S.Exa., pegou dinheiro dizendo que era em nome do Ministro Antônio Palocci. Sabemos que não era. O Ministro tinha o Buratti como amigo, recebia-o em casa, de madrugada, foi seu Secretário de Governo por 4 anos".
Roberto Jefferson discordou do relator Jairo Carneiro que disse que o deputado denunciou o mensalão apenas para tirar o foco das investigações de cima de si. Jefferson acusou o governo de tentar empurrar para ele e seu partido um escândalo de corrupção do qual não tinha culpa.
Jefferson criticou o ponto do relatório do relator que disse que o deputado se omitiu. Roberto Jefferson afirmou que denunciou o mensalão aos ministros de Estado e ao próprio Presidente da República. Sobre o fato de não ter ido àquela época à tribuna na Câmara dos Deputados para denunciar publicamente o escândalo declarou: "O que queriam de mim? No ano passado, o Lula na descendente, o PT se desmanchando, estou aqui para ser cassado. Imaginem no início do ano passado, quando O Globo dizia que o Lula era o maior Presidente do mundo. Qual era a condição que eu tinha de denunciar isso? Eu busquei fazer pela via do entendimento. Tentar colocar um ponto final nisso."
Roberto Jefferson acusou ainda o relator, o deputado Jairo Carneiro, chamando-o de forma irônica de " o campeão da ética, o primo da Dona Carmen". E contou porque Carneiro tinha o apelido de "primo da Dona Carmen". Jefferson disse: "Seu Carneiro não vai zangar se eu contar. Ele, numa só noite, deu uma canetada, quando Chefe da Casa Civil do Governo João Durval, e contratou 16 mil pessoas, entre elas a prima da Dona Carmen, uma cabo eleitoral dele em Feira de Santana, na Bahia. Ele escreveu isso no papel, e o cara do Diário Oficial, que devia ser do PT, espírito de porco, publicou. Então, ele ficou conhecido na Bahia como o primo da Dona Carmen".
Roberto Jefferson disse que em Jairo Carneiro, a alma é do "lobo sheep, em inglês; wolf, em alemão".
Lula e o Governo
O deputado Roberto Jefferson disse que o governo Lula promoveu e é o "governo mais corrupto" que ele pôde testemunhar nos 23 anos de vida pública.
Ele disse que o governo organizou o mais escandaloso processo de aluguel de Parlamentar e que: "Escolheu o Ministro José Dirceu como uma espécie de Mary Jeane Córner, o rufião do Planalto, para alugar prostitutas, algo que ele entendia poder fazer na Câmara dos Deputados. Tratou esta Casa como se fôssemos um prostíbulo. Aliás, sempre conversou nesse sentido."
Roberto Jefferson foi duro com o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, embora tenha evitado acusá-lo de participação na corrupção. Ele disse que Lula foi omisso e comparou-o ao ex-Presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoíno: "Não acuso o Presidente Lula de participar de desonestidade, S.Exa. é como José Genoíno. Ontem assisti ao José Genoíno na CPMI, ele assinou empréstimo de 17 milhões de reais, outro de 2 milhões de reais, mas não leu. Houve o acordo político-financeiro com todos os partidos da base o meu em especial, tratei com ele diretamente , mas ele não se lembra e não fez. O Presidente Lula é uma espécie de Genoíno na Presidência da República, não sabe o que lê, não sabe o que assina, não sabe o que faz. S.Exa. é o Genoíno do Planalto, deu a mãos erradas, a Luiz Gushiken e José Dirceu, a confiança que o povo do Brasil depositou nele. S.Exa. errou".
Jefferson chamou Lula de "malandro" , "preguiçoso", que gosta só de "passear de avião": "Meu conceito do Presidente Lula é que ele é malandro, preguiçoso. Não sei se já chegou da Guatemala. O negócio dele, ó, passear de avião. Governar que é bom ele não gosta. E delegou. E essa cúpula, esconderam debaixo da saia da Chefe da Casa Civil, Gushiken, Zé Dirceu...".
O deputado Roberto Jefferson acusou o governo de ter usado os parlamentares do Congresso e responsabilizou o poder Executivo pela corrupção: "Ao ler hoje o primeiro capítulo da Guerra de Tróia, lembrei de Eris, a Deusa da Discórdia. O Governo fez isso conosco na base aliada. Foi ao pomar, pegou um pomo, uma maçã, escreveu: a mais bela. Jogou entre nós, os partidos. E fez aqui na Casa o conflito, como se fôssemos o valhacouto de corruptos. E nós estamos numa guerra fratricida, sanguinária, entre nós, quando a corrupção está na praça do lado de lá. De lá partiu a corrupção. De lá". Durante esta parte, muitas pessoas que assitiam ao discurso de Jefferson se manifestaram, a maioria aplaudindo o deputado.
Em meio à manifestação da multidão pode-se ouvir alguém gritar "ladrão" para Roberto Jefferson. Jefferson não se intimidiou e continuou:"A corrupção partiu de lá. As ligações do Sr. Marcos Valério são para o gabinete do Presidente também: 111. Ontem esteve aqui a D. Katia, Presidenta do Banco Rural. Foi levada pelo Marcos Valério 3 vezes à presença do Zé Dirceu. O Zé Dirceu levou os empresários portugueses do Banco do Espírito Santo, da Portugal Telecom. E mandou para lá o Marcos Valério como embaixador do governo brasileiro junto a esses interesses em Portugal".
O Partido dos Trabalhadores
Roberto Jefferson disse que jamais fez da tribuna, a tribuna do libelo, deixando isso sempre para os políticos do Partido dos Trabalhadores. Jefferson disse: "Eu nunca fiz escada na desgraça alheia para poder crescer como Parlamentar. Eu não sou como o Genoíno, que vi aqui sustentando libelos gravíssimos contra os Companheiros e, ontem, de rabinho entre as pernas: "Não vi. Não li. Se assinei, não sei. Mentindo descaradamente ao Brasil, lá na CPMI".
Numa de suas críticas mais fortes, Roberto Jefferson chamou de "rato magro" a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) e comparou a cúpula com PC Farias, acusado de corrupção no governo do Presidente Fernando Collor de Mello . Jefferson chamou de PC Farias de "aprendiz de feiticeiro", para dizer que a corrupção praticada por ele foi bem menor do que a atual praticada pela direção do PT: "Eu quero dizer o PT nesse Campo Majoritário e nessa cúpula que assaltou o Brasil. Rato magro, hein? Quem nunca comeu mel quando come se lambuza. Rato magro. PC Farias é aprendiz de feiticeiro ante essa gente que assaltou o Brasil! Rato magro! Mas eu nunca bati no peito para dizer que eu sou o paladino da ética e o campeão olímpico da moralidade".
Ele disse que "os que vituperavam isso ali do lado de lá hoje não têm coragem de olhar os olhos da Nação. Porque todo o fariseu, todo o farsante, impreca a culpa ao adversário, como se fosse um biombo, para se esconder com os seus defeitos". Afirmou que o Partido dos Trabalhadores durante a vida inteira foi o partido polício com a postura mais crítica em relação aos adversários. Lembrou que durante o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso o Partido dos Trabalhadores criticou duramente a política econômica daquele governo, e disse que a política adotada pelo governo Lula hoje é a mesma, ou mais ortodoxa. Ressaltou ainda que a "a única coisa que está dando certo no governo" é a política econômica, que no passado foi duramente criticada pelo atual governo.
O deputado chamou os políticos do PT de "proxenetas de partido, rufiões de sonhos, cafetões da dignidade do Congresso" e perguntou onde está a ética e a moralidade do PT. Roberto Jefferson disse que o PT "rouba", "rouba sozinho", "e rouba muito".
O Congresso
Roberto Jefferson procurou defender o Congresso brasileiro. Acusou o governo de ser o maior responsável pela corrupção, e quiz dizer que o Congresso está a ficar com toda a culpa sozinho, afirmando que os deputados são "a Geni do Brasil" (no Brasil esta expressão é usada quando se quer dizer que alguém leva toda culpa ou é condenado sozinho): "Tem ministro que recebeu mensalão, crime administrativo claro, e está tudo em silêncio, eles não vêm depor na CPI, não são pesquisados, não são confrontados, e a culpa é só nossa".
Para Jefferson o Partido dos Trabalhadores não merece confiança. Ele afirmou que o "PT não tem amor, só tem da cabeça para cima, não tem solidariedade, fraternidade, amizade, não sabe o que é isso". Disse que o partido do governo usa os deputados como se fossem laranja: "chupa o caldo e escarra o bagaço".
Jefferson disse que o "rei está ficando sozinho no tabuleiro" e que "já queimou os peões, está perdendo a base; está queimando as torres, os cavalos, os bispos."
Roberto Jefferson declarou que o Parlamento não pode sair de joelhos e acrescentou: "Eu, quando ingressei como Deputado Federal ganhava líqüido 11 mil dólares, em 1982, o equivalente a 30 mil reais por mês. Hoje, um Deputado ganha 8 mil reais; 30 mil é a diferença do mensalão. E essa elite, que paga a mídia, nos coloca de joelhos para isso: para que não tenhamos independência para votar contra eles. E estamos aceitando isso aqui".
Ele criticou a submissão do Parlamento ao poder Executivo: " Lembro os discursos contra os decretos-lei da ditadura militar. Jesus, nem os generais ousaram tanto com o decreto-lei como fazemos aqui com a medida provisória (...) Todo dia chega uma medida provisória aqui, e esta Casa está se ajoelhando, está se agachando. E, nós, pegamos a maça envenenada a que o Governo colocou no meio da Mesa dos deuses, porque aqui não tem índio, só tem cacique. Estamos vivendo uma hora fratricida."
Jefferson disse que não "arreda uma vírgula" e que "não muda uma palavra" do que disse.
O deputado petebista falou que é necessário "puxar a barba do bode" e conclamou os seus colegas a cobrar do poder Executivo a parte dele da responsabilidade pela corrupção: "(...)mas quero dizer aos meus companheiros e às minhas companheiras Deputados e Deputadas que essa luta, de maneira soez e sórdida, foi colocada entre nós. Queimam o Severino, o Maluf, o Roberto Jefferson, o Janene, o Pedro Corrêa, e não estamos puxando a barba do bode. Temos que puxar a barba do bode para mostrar onde está o DNA da corrupção que desgastou a imagem do Congresso Nacional".
"Tirei a roupa do Rei!"
Roberto Jefferson terminou o seu discurso dizendo que cumpriu sua missão e que não muda uma palavra do que já falou.
Agradeceu ao Presidente e à Mesa da sessão e disse: "Entrego meu mandato nas mãos dos senhores. Sou deputado federal há 23 anos. Confesso que estou um pouco cansado, mas honrei o Parlamento. Todos os dias investigam minha vida e não conseguiram colocar nada nos jornais que possa ferir minha honra. Não tenho conta no exterior nem patrimônio acima da minha renda. Todos os dias investigam minha vida, repito, e não conseguem citar uma acusação contra minha honra e minha dignidade".
E finalmente, em tom de despedida: "Se tiver de sair daqui, saio de cabeça erguida, com o sentimento da missão cumprida, Laurinha". E gritou: "Tirei a roupa do rei, mostrei ao Brasil quem são esses fariseus, mostrei ao Brasil o que é o Governo Lula, mostrei ao Brasil o que é o Campo Majoritário do PT".
Após o deputado Roberto Jefferson ter concluído o discurso, pode-se ouvir aplausos de pessoas que acompanharam sua fala.
Deputados criticam Roberto Jefferson
Alguns deputados criticaram Roberto Jefferson e defenderam a sua cassação.
O deputado Neucimar Fraga (PL - ES) não concordou com as críticas que Roberto Jefferson fez ao relator deputado Jairo Carneiro (PFL-BA). Fraga disse que o relator é uma pessoa honrada e que sua atuação no Conselho de Ética foi imparcial. Ele disse que o povo da Bahia e o povo brasileiro podem se orgulhar do deputado Jairo Carneiro. Neucimar Fraga disse que nunca ninguém encontrou nada que desabonasse a conduta do deputado Jairo Carneiro.
O deputado Zé Geraldo (PT-PA) criticou duramente Roberto Jefferson e defendeu o governo do Presidente Lula. Geraldo disse que "nunca neste país um governo esteve tão determinado no combate à corrupção, quanto o governo Lula; independente do partido, ou se é pobre, ou rico". Zé Geraldo disse que Roberto Jefferson acusou o Congresso e o Partido dos Trabalhadores para livrar-se de sua própria culpa. E acrescentou que só a cassação do deputado talvez não seja suficiente para puní-lo adequadamente.
O deputado Henrique Fontana (RS), líder do Partido dos Trabalhadores, disse que Roberto Jefferson fez uso de "agressividade, teatralidade, tentativa de intimidação e má educação". Na opinião de Fontana, ao revelar a existência do mensalão Jefferson fez uma denúncia "generalizada e irresponsável", que colocou todos os deputados no banco dos réus. Fontana disse: "Não concordo com a generalização. Para punir alguém é preciso haver um processo legal e apresentar provas".
Ver também
- Deputado Roberto Jefferson, que denunciou o mensalão, é cassado
- Relator do Conselho de Ética pede cassação de Roberto Jefferson
- Roberto Jefferson denuncia o mensalão
Fontes
- Íntegra do Discurso do Deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) — O Estado e S. Paulo, 13 de setembro de 2005
- João Pitella Junior (reportagem), Regina Céli Assumpção (edição). Líder do PT critica defesa de Jefferson — Agência Câmara (Brasil), 14 de setembro de 2005
- Começa Ordem do Dia para votar cassação de Jefferson [inativa] — Agência Câmara (Brasil), 14 de setembro de 2005. Página visitada em 18 de setembro de 2005
. Arquivada em 11 de janeiro de 2006
- Eduardo Piovesan (reportagem), Rejane Oliveira (edição). Câmara cassa Jefferson por 313 votos [inativa] — Agência Câmara (Brasil), 14 de setembro de 2005. Página visitada em 18 de setembro de 2005
. Arquivada em 11 de janeiro de 2006
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