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Homem-bomba de Brasília era bolsonarista; autoridades dizem que Democracia continua em risco

Fonte: Wikinotícias

15 de novembro de 2024

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Imagem do carro destruído pela explosão (Agência Senado)

Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba suicida que na noite de quarta-feira detonou os explosivos que havia levado num carro em frente Praça dos Três Poderes, em Brasílias, era bolsonarista. Ele havia sido candidato a vereador em 2020 pelo Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O alvo principal do criminoso era o juiz Alexandre de Moraes, que nas eleições presidencias passadas, como chefe do Tribunal Superior Eleitoral (STE), impediu diversas ações bolsonaristas que visavam, ilegalmente, garantir uma nova vitória de Bolsonaro. Posteriormente ele também liderou as investigações e mandatos de prisões contra os responsáveis pela invasão dos prédios dos Três Poderes em janeiro de 2022.

Dias antes do atentado, Luiz havia publicado diversas ameaças nas redes sociais contra os juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras figuras públicas, segundo relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), e em julho havia alugado um imóvel em Ceilândia, a 30 quilómetros de Brasília, onde policiais ontem encontraram um estoque de armamentos. Cerca de 10 dias antes do atentados, também havia comprado fogos de artifício, que foram alterados para terem maior poder

Risco à democracia

Em declarações à imprensa, Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, disse ter ressalvas em relação à expressão "lobo solitário", porque "nunca há só uma pessoa" por trás de um ato como este atentado e que Luiz já esteve noutras oportunidades em Brasília, inclusive no começo de 2023.

Luís Roberto Barroso, chefe do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ontem na abertura da sessão que a ação "alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil: a ideia de aplacar e deslegitimar as instituições" e que "reforça também, e sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia". Ele também fez alusão à invasão e destruição protagonizada por apoiantes de Bolsonaro no dia 8 de janeiro de 2022.