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Estudo revela desigualdade na arborização de Belo Horizonte, reforçando padrão comum em grandes cidades latino-americanas

Fonte: Wikinotícias

19 de setembro de 2024

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Um estudo conduzido por pesquisadores da Unesp, em colaboração com a Universidade de Oxford, revelou que a distribuição de áreas verdes em reflete a desigualdade social da cidade. A pesquisa, que mapeou mais de 250 mil árvores, mostrou que bairros de maior poder aquisitivo têm uma arborização mais densa e de maior qualidade, enquanto as regiões mais pobres sofrem com escassez de árvores.

A arborização urbana é considerada essencial para mitigar os efeitos das ondas de calor, fenômeno cada vez mais frequente devido às mudanças climáticas. A análise dos dados também revelou que crianças e idosos, grupos mais vulneráveis ao calor extremo, estão desproporcionalmente localizados em áreas com menos cobertura arbórea, o que agrava os riscos à saúde pública.

O estudo apontou que a desigualdade no acesso à infraestrutura verde, observada em Belo Horizonte, é um reflexo de um fenômeno global conhecido como luxury effect (efeito de luxo), no qual bairros com menor renda recebem menos investimentos em áreas verdes. Embora muitas vezes localizadas próximas a áreas naturais, as regiões periféricas carecem de infraestrutura planejada, como parques e praças, que proporcionam maior qualidade de vida.

Os pesquisadores destacam a necessidade de políticas públicas voltadas para uma melhor distribuição da arborização, especialmente em regiões onde vivem as populações mais vulneráveis. A inclusão de árvores em áreas urbanas pode não apenas reduzir os impactos das mudanças climáticas, mas também promover a saúde e o bem-estar dos cidadãos.

O estudo reforça a importância de se pensar em árvores como parte essencial da infraestrutura urbana, equiparando sua relevância a sistemas como saneamento e rede elétrica, em um contexto de crise climática global.