Especialistas defendem vigilância contra surgimento de variantes da Covid-19

Fonte: Wikinotícias

14 de abril de 2021

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Especialistas que participaram, nesta terça-feira (13), de um debate sobre as variantes da Covid-19 defenderam mais vigilância no que diz respeito à identificação de mutações do novo coronavírus no País. A principal recomendação é que se trabalhe para interromper a disseminação do vírus, o que pode ser feito a partir de ações conjuntas de vacinação ampla, testagem em massa, uso de máscaras, isolamento social e até lockdown.

A videoconferência foi promovida pela comissão externa da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar ações de combate à Covid-19.

Conforme lembrou o biólogo e virologista Anderson Brito, as mutações virais ocorrem na etapa de cópia do material genético do vírus, ao infectar uma pessoa. Por isso, a única forma de impedir o surgimento de novas mutações é evitar a transmissão de uma pessoa para outra.

Anderson Brito observou ainda que as novas variantes têm capacidades diferenciadas, pois acumularam variações que dão a elas maior transmissibilidade. Com maior transmissibilidade e, portanto, maior número de casos, é natural que haja mais mortes por Covid-19.

“A gente tem de fazer testagem em massa, porque a gente precisa detectar quem tem o vírus. Para saber se o vírus detectado tem alguma variação genética, aí a gente tem que fazer o sequenciamento genético”, afirmou o biólogo.

Ele acrescentou que o Brasil está no vermelho no que diz respeito à vigilância genômica, com sequenciamento de menos de 0,004% dos casos diagnosticados, o que leva a um desconhecimento das variantes que circulam no País.

Atualmente, principalmente três cepas preocupam os cientistas no mundo: a do Reino Unido, a do Brasil e a África do Sul. Segundo lembraram os participantes do debate, o Brasil vive uma sincronização da pandemia, com maioria dos casos sendo causados pela variante P.1, surgida em Manaus.

De acordo com a professora Esther Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, esse espalhamento da variante se deu por meio de voos saídos de Manaus, especialmente com destino a São Paulo e a Brasília.

“Novas variantes vão surgir. As vacinas vão funcionar? Tudo indica que sim, mas talvez seja necessário fazer modificações. Por isso é importante continuar a vigilância genômica”, ressaltou a professora. “Se a transmissão não cair, vamos ultrapassar as 600 mil mortes nos próximos 100 dias”, alertou.

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